Com a oposição votando a favor do PEF, base de Paulinho lança a vacina contra a possibilidade do Banco Mundial não aprovar empréstimo para a secretaria de Nina Souza

Autor: Daniel Menezes

O líder do prefeito na câmara, Aldo Clemente, concedeu entrevista à Tribuna do NOrte deste domingo, alegando que a oposição é contra Natal. Com mesma falsa argumentação que levou aos erros na engorda de ponta negra, várias são as camadas por trás da fala.

Primeiro, ao contrário do que Clemente alega, a oposição votou a favor da adesão da prefeitura do Natal ao Programa de Equilíbrio Fiscal, que levará o governo federal a condição de avalista do empréstimo da prefeitura do Natal junto ao banco mundial. O PEF estabelece um conjunto de boas práticas financeiras para permitir que municípios e estados em péssima situação fiscal, como é o caso da prefeitura que tem nota de risco máximo junto ao tesouro nacional, possam captar recursos em acordos com instituições financeiras. 

Segundo, mesmo no caso do empréstimo de 50 milhões de dólares para a secretaria de Nina Souza, a oposição se absteve e a matéria recebeu ampla aprovação na câmara. Como Aldo Clemente mesmo disse em manifestação na casa, Paulinho Freire tem no mínimo 20 de 29 votos e passa o que quiser.

Terceiro, mas por qual razão o ataque? Além da estratégia de criar um inimigo imaginário para manter a disputa retórica no ar, a prefeitura do Natal teme que algo ocorra na adesão ao PEF e/ou na concessão do empréstimo do Banco Mundial. Isto porque, como já mencionado, as contas da prefeitura, ao contrário do que Álvaro Dias e Paulinho Freire disseram na campanha, estão extremamente deterioradas. 

A fala de Clemente foi uma vacina - se algo der errado, ele terá a quem culpar e secundarizar o estelionato discursivo da última eleição.

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