15 de outubro de 2025
Nina Souza, a prefeita de fato de Natal?
Autor: Daniel Menezes
O que escrevo aqui é ponto comum nas rodas de debate e de discussão política de Natal. A primeira dama Nina Souza tem um poder ímpar na administração da prefeitura. Alguns enxergam nela a prefeita de fato de Natal.
A questão é que Paulinho não é muito chegado em administrar. Ele mal aparece, não participa das reuniões, não é dado ao dia-a-dia da gestão. Tem um perfil muito diferente, por exemplo, de Álvaro Dias e Carlos Eduardo, que estavam sempre circulando e se inteirando de tudo. Paulinho é mais afeito a debater acordos políticos. Aí ele não terceiriza. Toma pé de tudo pessoalmente.
Nesse vácuo administrativo, Nina Souza entra. Ela é daquelas que conversa com todos, toma pé dos detalhes e bota a máquina para andar. Tanto que, por exemplo, a comunicação da prefeitura acontece a partir dela com a câmara municipal do Natal. O líder do prefeito na casa, Aldo Clemente, é figura decorativa e pouco falada.
Agora, o poder de Nina Souza fica ainda mais explícito. Ocupando a secretaria de assistência social, terá quase 300 milhões de reais para investir além do orçamento convencional. É que a prefeitura do Natal enviou, em regime de urgência, o jabuti emaranhado em três projetos de lei para a licitação do transporte, solicitando da câmara autorização para pegar 50 milhões de dólares em empréstimo, todo o recurso a ser destinado para a SEMTAS.
Pré-candidata a deputada federal, Paulinho e Nina Souza parecem não se incomodar com a inversão do protagonismo esperado.
Nina Souza, Michelle Bolsonaro e Janja
As rádios de Natal passaram dias debatendo o decreto de Lula que oficializa o papel institucional da primeira dama Janja, esquecendo do tempo em que Michelle Bolsonaro destinava recursos públicos, em operação reprovada pelo TCU e em processo de investigação, a partir da presidência da república para ongs e seus programas sociais pessoais.
O mais engraçado - no sentido da contradição - é que o pânico moral em torno do tema quando o assunto é Janja desaparece diante do poder bem heterodoxo que a primeira dama tem e exercita na gestão de Natal. Até festa pessoal com emenda parlamentar vira realização positiva.
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