10 de maio de 2025
Como falsa promessa de lucro de 173 milhões por Álvaro Dias travou a concessão do Mercado da Redinha e prejudicou os comerciantes e o turismo de Natal
Autor: Daniel Menezes
Erro de Álvaro Dias trava Mercado da Redinha com estudo irreal e prejudica comércio
A gestão Álvaro Dias tentou entregar o Mercado da Redinha à iniciativa privada com base em um estudo de viabilidade econômica de apenas três páginas. Isso mesmo: um dos principais equipamentos públicos de Natal seria concedido com projeções frágeis, genéricas e sem qualquer lastro técnico sério. O documento assinado pela que hoje é secretária de Infraestrutura Shirley Cavalcanti (será postado após o texto), que deveria analisar detalhadamente a sustentabilidade do projeto, ignora fatores básicos como fluxo real de pessoas, sazonalidade, perfil dos usuários e potencial de atração turística.
A concessão do Mercado da Redinha, prometida como solução para revitalizar a economia local, segue travada e o motivo escancara um erro básico da gestão Álvaro Dias: um estudo de viabilidade recheado de números irreais. O caso mais evidente é o do estacionamento, considerado a parte mais rentável do projeto. Segundo o estudo, seriam 240 vagas com rotatividade de 1,5 veículos por vaga ao dia, o que geraria 360 entradas diárias — todas com uma permanência média de uma hora a R$ 5,00.
Na prática, a previsão não se sustenta. Estimar que 360 carros ocuparão diariamente o estacionamento do Mercado, de forma constante, ignora a realidade do fluxo atual da região. É um número inflado que projeta uma arrecadação de R$ 54 mil por mês — ou R$ 648 mil por ano — sem qualquer base concreta em dados de movimento, sazonalidade ou poder aquisitivo da clientela.
O impacto disso vai além do papel. Com a proposta lançada em 03 de Dezembro de 2024 desacreditada, nenhum investidor se interessou e a concorrência deu vazia. A concessão empacou, o mercado segue fechado desde então e os comerciantes da Redinha continuam prejudicados.
Tentar repassar um bem público com base em três páginas de suposições é mais do que um erro técnico — é um desrespeito com a cidade. Não tem quem tenha coragem de botar dinheiro em uma concessão construída assim.
Depois de estudo de três páginas que prometia 173 milhões, Prefeitura contrata empresa e promete que agora vai
Após o fracasso da tentativa de conceder o Mercado da Redinha com base em um estudo de viabilidade de apenas três páginas e que prometia mais de 173 milhões em 25 anos - um puro chute -, a Prefeitura do Natal anunciou que agora vai. Em nota divulgada, o Município informou a contratação da empresa responsável por elaborar os estudos técnicos, financeiros, jurídicos e ambientais que vão embasar uma nova proposta de concessão do Complexo Turístico da Redinha.
A promessa é de um projeto mais robusto e com respaldo técnico. O estudo anterior, limitado, inflava projeções — como a estimativa de 360 carros por dia no estacionamento — e afastou qualquer investidor sério. O alerta já havia sido feito em nota à época por este blog.
A gestão Paulinho Freire agora corre atrás do prejuízo. Mas o estrago está feito: comerciantes seguem prejudicados, o mercado continua fechado e a imagem do projeto, que deveria fortalecer o turismo e a economia local, ainda está sob suspeita.
Segue o estudo de três páginas lançado no final de 2024 na íntegra logo a seguir.