17 de fevereiro de 2025
Não é a comunicação: início conturbado de Paulinho tem base em sua postura pessoal e no estelionato eleitoral
Autor: Daniel Menezes
Alguns formadores de opinião atacam a comunicação de Paulinho Freire, talvez alicerçados em desejos pessoais não atendidos, mas o fato é que o início conturbado do prefeito de Natal não tem nenhuma relação com a área. A questão é política.
Especifico. Primeiro, Paulinho Freire vendeu uma noção de continuidade durante a campanha, como se tudo estivesse bem. O ufanismo em prol de Álvaro Dias, agora sabemos, estava alicerçado em uma prefeitura que funcionava nas contas públicas na base do carro em banguela descendo ladeira e da pedalada. Foi só passar a campanha para que tudo viesse à tona. Neste sentido, comunicação não acende poste de luz, não retira água alagada da praia de ponta negra, não multiplica médicos e insumos nas UPAs, paga terceirizados em atraso ou desfaz os efeitos da crise financeira municipal.
Segundo, há um elemento no próprio modo de se comportar de Paulinho Freire que não tem comunicação que dê jeito. Diferentemente de outros gestores, ele tem perfil apagado. Como este blog enfatizou, ele sempre agiu assim. Na eleição pouco apareceu e em sua transição só foi a uma reunião. Ele não é de ir para a rua e enfrentar entrevistas constantes, por exemplo. Sua imagem pessoal, além disso, passou por grande crise de credibilidade durante as últimas chuvas em que foi descoberto em uma festa em São Paulo.
Ora, se os dois pontos não forem alterados, é impossível imaginar que uma publicação bem feita numa rede social, um release ou qualquer ação com tal viés altere a percepção da prefeitura do Natal. Comunicação informa, elabora estratégia, mas não inventa realidade inexistente. Não faz mágica.
Por fim, há uma oposição mais organizada recém saída do pleito com cerca de 45% dos votos válidos, o que Álvaro Dias não enfrentou. Com adversários atentos, o erro tem um impacto maior e Paulinho vem colecionando vários.