19 de setembro de 2025

Rogério Marinho não aplica a si mesmo a régua que usa contra Alexandre de Moraes

Autor: Daniel Menezes

O senador Rogério Marinho, grande defensor de Jair Bolsonaro, usou uma tese contra o ministro Alexandre de Moraes na busca por retirá-lo da relatoria do processo em que julgou o ex-presidente por tentativa de golpe de estado.

Marinho disse na Jovem Pan que Moraes não pode estar à frente de inquérito porque é uma das vítimas: ‘Não tem imparcialidade’.

Não cabe entrar no mérito da discussão, até porque ela já foi vencida nos tribunais, mas o senador Rogério Marinho, liderado do ex-presidente e crítico contumaz do STF, não aplica ao membro da CPMI que investiga a farra do INSS Rogério Marinho.

O senador Rogério Marinho recebeu doação eleitoral de um dos alcançados pela Polícia Federal no caso dos descontos ilegais de aposentados e pensionistas (leia aqui). Ele alega que foi dentro da legalidade e é verdade. Até o presente momento nada há contra tal ato. Mas e a suspeição que ele levantou contra Alexandre de Moraes?

Agora, trata-se de afirmação insofismável que o senador Rogério Marinho foi informado sobre descontos ilegais no período em que foi secretário da previdência do governo Bolsonaro. Toda a comunicação documentada está aqui. Nenhuma entidade sindical teve seu Ato de Cooperação Técnica (ACT) suspenso.

Como Rogério Marinho quer continuar como investigador numa Comissão Parlamentar Mista de Inquérito com essas informações e tendo sido secretário de previdência durante o período que também é objeto de investigação, conforme a Controladoria Geral da União?

A resposta poderia ser dada, aplicando o critério que Rogério Marinho insiste em usar até hoje contra o ministro Alexandre de Moraes.

 

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