26 de agosto de 2025

Silas Malafaia e Sheik do Bitcoin, uma parceria de R$ 30 milhões

Autor: Daniel Menezes

Do Metrópoles - Condenado a 56 anos de prisão por fraudes bilionárias, o empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como Sheik do Bitcoin, investiu cerca de R$ 30 milhões em uma sociedade com o pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo. O aporte foi revelado em um depoimento inédito de Davi Zocal, testemunha-chave no processo criminal que levou à condenação de Francisley em outubro de 2024.

Segundo o relato de Zocal à Polícia Federal, em agosto de 2022, o objetivo do investimento era ajudar financeiramente a Central Gospel, editora pertencente a Malafaia, que em 2019 entrou em recuperação judicial com dívida de quase R$ 16 milhões. Para operacionalizar o negócio, foi criada a empresa Alvox Gospel Livros Marketing Direto, em maio de 2021. A sociedade foi encerrada em julho de 2022, três meses antes de o Sheik do Bitcoin se tornar alvo da PF.

O depoimento

Na oitiva, Davi Zocal detalhou que Francisley buscava se aproximar de figuras influentes e teria oferecido a Malafaia ajuda para quitar dívidas da editora. “Ele gastou muito… foram R$ 30 milhões para erguer a empresa. Só que eles combinaram abrir uma empresa com outro nome para não comprometer a editora”, relatou o empresário do setor gospel.

Condenação e esquema de pirâmide

Francisley Valdevino comandava a Rental Coins e mais de 100 empresas, que movimentaram R$ 4 bilhões entre 2018 e 2022. A Polícia Federal aponta que ele lesou cerca de 15 mil investidores em um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas — entre as vítimas estaria Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa.

Malafaia confirma sociedade

Procurado pela coluna de Tácio Lorran, no Metrópoles, Silas Malafaia confirmou ter recebido investimentos do empresário, mas disse que a parceria durou cerca de um ano e terminou antes das denúncias contra Francisley. “Quando ele foi meu sócio, não havia uma denúncia no Ministério Público ou na Polícia Federal. Ele era o gestor da empresa, eu saí em março de 2022, e em junho começaram as notícias de que estava sendo investigado”, afirmou o pastor.

Malafaia alegou ainda que a participação de Francisley tinha como finalidade comprar produtos da editora em recuperação. “Ele botou dinheiro para me ajudar no momento mais difícil. O que eu tenho a ver com os crimes de criptomoedas dele?”, disse.

O pastor também negou ter feito propaganda do Sheik do Bitcoin a fiéis de sua igreja e defendeu sua inocência: “Querem me acusar de quê? Vão prender os 100 caras que tinham empresas com ele?”.

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