23 de dezembro de 2025

Trump sugere renúncia de Maduro, que alfineta: 'Estaria melhor' se focasse mais nos EUA que na Venezuela

Autor: Daniel Menezes

G1 - Os presidentes dos Estados UnidosDonald Trump, e da VenezuelaNicolás Maduro, voltaram a trocar farpas nesta segunda-feira (22).

Trump, que anunciou uma nova classe de navios de guerra batizada em homenagem a ele mesmo em um evento na Casa Branca, disse que a coisa "mais inteligente" que o venezuelano poderia fazer é renunciar. Questionado se seu governo quer tirar Maduro do poder, afirmou:

"Isso depende dele, do que ele queira fazer. Acho que seria inteligente de sua parte fazer isso [renunciar]. Se ele quiser bancar o durão, será a última vez".

 

Já Maduro, durante uma feira de produtores venezuelanos, alfinetou o presidente americano e disse que ele "estaria melhor" se focasse mais em seu país, e não na Venezuela.

 

"Penso que o presidente Trump poderia fazer melhor em seu país e no mundo. Ele estaria melhor no mundo se focasse nos problemas do seu próprio país. Não é possível que 70% dos seus discursos e declarações sejam [sobre] a Venezuela. E os Estados Unidos?", questionou ele.

 

Maduro e Trump em fotos de arquivo — Foto: Reuters

Maduro e Trump em fotos de arquivo — Foto: Reuters

A declaração de Trump ocorreu horas depois de sua secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmar que Maduro "tem que sair" do poder em uma entrevista à emissora americana Fox News.

Ao ser questionada sobre os petroleiros vindos do país que vem sendo interceptados pelos EUA, Noem afirmou:

 

"Não estamos apenas interceptando navios, mas também enviando uma mensagem ao mundo de que a atividade ilegal da qual Maduro participa não pode ser tolerada; ele tem que sair".

 

Kristi Noem, secretária de Segurança Interna dos EUA — Foto: Reprodução

Kristi Noem, secretária de Segurança Interna dos EUA — Foto: Reprodução

Oficialmente, o governo Trump nunca confirmou que sua ofensiva militar na Venezuela tenha como objetivo uma mudança de regime. Desde agosto, quando começou a ofensiva militar no Caribe, o presidente Donald Trump e seus aliados afirmam que o foco é o combate ao narcotráfico e à entrada de drogas em território americano.

Em entrevista recente à revista "Vanity Fair", Susie Wiles, chefe de Gabinete da Casa Branca, já havia sugerido que o verdadeiro objetivo de Trump é tirar Maduro do poder.

No sábado (20), após Kristi Noem postar um vídeo confirmando a segunda interceptação feita pelos EUA, a Venezuela divulgou um comunicado condenando a ação, descrevendo-a como um grave ato de pirataria internacional.

primeira apreensão ocorreu no último dia 10. Uma semana depois, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um bloqueio total a petroleiros da Venezuela e disse que país estava completamente cercado.

As operações americanas foram alvo de críticas da Rússia e da China nesta segunda-feira.

O governo chinês afirmou que a "apreensão arbitrária" de navios de outros países pelos Estados Unidos constitui uma grave violação do direito internacional. Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, o país se opõe a todas as "sanções unilaterais e ilegais" dos EUA.

governo russo, que já havia expressado anteriormente seu apoio a Maduro, também reafirmou seu “total apoio” à Venezuela.

 

Nicolás Maduro é acusado pelos EUA de ser o líder do Cartel de los Soles, descrito como um grupo ligado ao tráfico de drogas, e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões - o equivalente a R$ 277 milhões - por informações que levem à sua captura.

As Forças Armadas dos Estados Unidos também já realizaram uma série de ataques contra embarcações que supostamente eram usadas para o tráfico de drogas no Mar do Caribe e no Pacífico oriental. Destruíram cerca de 30 embarcações, e pelo menos 104 pessoas morreram nos ataques.

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