5 de novembro de 2025
Relatório entregue por Castro ao STF tem dados diferentes dos divulgados sobre megaoperação no Rio
Autor: Daniel Menezes
As informações entregues pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a megaoperação policial no estado, divergem dos números oficiais divulgados anteriormente por representantes das secretarias estaduais de Segurança Pública, Polícia Civil e Polícia Militar.
Na coletiva de imprensa realizada em 28 de outubro, as secretarias informaram que 119 pessoas morreram e 113 suspeitos foram presos durante a ação. Também foi divulgada a apreensão de 118 armas — sendo 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver —, além de 14 artefatos explosivos e uma quantidade de drogas que ainda estava em fase de pesagem.

Megaoperação no Complexo da Penha e do Alemão é a mais letal da história do Rio de Janeiro, segundo autoridades - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
No documento encaminhado ao STF, o governo do Rio registra 121 mortos e 99 pessoas presas ou detidas. O relatório também apresenta diferenças nos números de armamentos: 122 armas apreendidas, sendo 96 fuzis, 25 pistolas e um revólver, além de 260 carregadores e cerca de 5.600 munições. O texto cita ainda a apreensão de 12 explosivos, 15 veículos, 22 quilos de cocaína e aproximadamente 2 toneladas de maconha.
A operação realizada no Complexo da Penha e do Alemão é considerada a mais letal da história do estado. Nesta quarta-feira 5, o ministro Alexandre de Moraes realizou uma audiência com entidades de direitos humanos para tratar do caso.
As organizações civis relataram possíveis violações de direitos, execuções e excesso na atuação policial. O governo do estado, por sua vez, negou abusos e afirmou que a ação teve como objetivo combater organizações criminosas.
O relatório do governo fluminense e os relatos das entidades serão analisados por Moraes, que assumiu temporariamente a relatoria da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, após a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso.
A decisão do Supremo que originou a ADPF das Favelas estabeleceu protocolos para limitar e monitorar operações policiais no Rio de Janeiro, com foco na redução da letalidade em áreas periféricas. Moraes deverá avaliar se as determinações da Corte foram descumpridas durante a megaoperação.
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