6 de outubro de 2025
Matheus Faustino critica isenção de IR até 5 mil e taxação de super-ricos
Autor: Daniel Menezes
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POR ALISSON ALMEIDA
O vereador Matheus Faustino (União Brasil) criticou a aprovação da isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, a redução da cobrança para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 e a taxação de até 10% para pessoas físicas com ganhos anuais de R$ 600 mil, como forma de compensar a perda de arrecadação estimada em R$ 31 bilhões. Ao se opor à taxação dos super-ricos, o parlamentar acusou os vereadores petistas Daniel Valença, Brisa Bracchi e Samanda Alves de “comemorar aumento de aumento”.
Para o vereador, “dizer que taxar os super-ricos vai trazer equilíbrio fiscal para o Brasil é, no mínimo, ter um desconhecimento primário de como funciona a economia no mundo”, argumentando que a medida fracassou em países como Alemanha, Suécia e Finlândia “devido à fuga de capital”.
A proposta do governo federal, aprovada à unanimidade na semana passada na Câmara dos Deputados, no entanto, não tem como foco o “equilíbrio fiscal”, mas sim a promoção da justiça tributária.
Para o governo federal, os super-ricos “passarão a contribuir de forma mais justa” com a aprovação da compensação da isenção para quem ganha até R$ 5 mil.
“A injustiça na cobrança de impostos, com os ricos pagando menos e a classe média pagando mais, impede desde sempre a redução das desigualdades”, observou o governo o texto publicado nas redes sociais após a aprovação do projeto de lei enviado ao Congresso Nacional pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governo afirmou, ainda, que “o caminho da justiça tributária é longo”, mas que o Brasil, graças à pressão popular, “deu um passo importante para se tornar um país mais justo”.
De acordo com o projeto aprovado na Câmara dos Deputados, a alíquota subirá gradativamente de zero a 10%, com o patamar máximo incidindo apenas sobre contribuintes com ganhos acima de R$ 1,2 milhão ao ano, mas não valerá para quem já paga 27,5% de IR.
De acordo com dados do governo federal, 141,4 mil pessoas, o equivalente a 0,06% da população brasileira, que pagam, em média, uma alíquota efetiva de apenas 2,5%, passarão a contribuir pelo patamar mínimo do imposto.
A isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil deverá beneficiar 16 milhões de brasileiros, que deixarão de ser tributados a partir de 2026. O projeto ainda precisa ser aprovado no Senado federal.
Petistas rebatem Matheus Faustino

Daniel Valença e Brisa Bracchi rebatem Matheus Faustino, que criticou isenção de IR até R$ 5 mil e taxação de super-ricos. Fotos: Reprodução
O vereador Daniel Valença rebateu Matheus Faustino afirmando que ele “tem dificuldade para defender que bilionários não paguem tributo como o cidadão comum paga”.
“Foi um semestre de luta pela isenção do IR e ele nunca tocou no assunto na Câmara Municipal. Para ele, nunca foi um assunto. O problema pra ele não é a redução de tributo, é a taxação de bilionários, pois os defende, apesar de não conhecer nenhum”, argumentou.
O petista também ironizou a fala de Matheus Faustino sobre o salário mínimo, que, segundo o vereador bolsonarista, não é suficiente para cobrir as despesas de uma família.
“É curioso ele falar em reajuste real do salário mínimo, porque isso só ocorreu nos governos do PT no Brasil”, observou o vereador.
Nos quatro anos de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o salário mínimo teve apenas a reposição da inflação, sem ganho real.
A vereadora Brisa Bracchi reafirmou que a bancada do PT comemorou a “melhora real das condições de vida do povo brasileiro”, argumentando que a isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil “significa economia no bolso pra milhões de brasileiros”.
“Já a taxação dos super-ricos é uma medida de justiça tributária que já estava mais do que na hora de ser feita. Triste é ver um vereador não comemorar medidas como essa e ainda tentando distorcer essa vitória, mas não surpreende, sabe-se que seu compromisso não é com a classe trabalhadora”, alfinetou a petista.
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