23 de setembro de 2025
TÁ CERTO ISSO? Andar de patinete pode sair mais barato do que pegar ônibus em Natal
Autor: Daniel Menezes
A confirmação da Prefeitura de Natal de que a licitação do transporte público será lançada em outubro reacendeu o debate sobre tarifas e alternativas de mobilidade na capital potiguar. A nova etapa do sistema promete reorganizar linhas, reduzir intervalos, renovar parte da frota e ajustar os preços, o que pode significar aumento da passagem. Hoje, o usuário paga R$ 4,90, mas a chamada tarifa técnica já chega a R$ 5,14 e tende a subir com o novo contrato.
Enquanto isso, os natalenses começam a experimentar um novo serviço: os patinetes elétricos compartilhados. A empresa Jet colocou 600 unidades em fase experimental, com regras de uso, rastreamento por GPS e limite de velocidade. A proposta é oferecer micromobilidade — transporte rápido e prático para trajetos curtos ou de “última milha”, quando o passageiro precisa complementar o percurso até um ponto de ônibus ou destino final.
A comparação entre os dois meios chama atenção. Em um cenário de trajeto curto, de cerca de cinco minutos, o patinete pode custar menos que o ônibus. Considerando uma taxa média de desbloqueio de R$ 2 e R$ 0,50 por minuto, o total ficaria em torno de R$ 4,50, abaixo da tarifa atual do coletivo. Já em percursos mais longos, como dez a quinze minutos de uso, o custo do patinete sobe para aproximadamente R$ 7, superando o preço do ônibus.
O fator determinante, portanto, é a distância percorrida. Para deslocamentos rápidos, dentro de bairros ou entre pontos próximos, o patinete tende a ser mais vantajoso financeiramente e ainda economiza tempo de espera em paradas. Já o ônibus mantém sua força em trajetos extensos, especialmente quando se considera o conforto relativo diante de sol forte, chuva e ruas esburacadas.
O cenário que se desenha em Natal mostra que a cidade pode caminhar para um modelo híbrido de mobilidade. O ônibus segue como espinha dorsal do transporte coletivo, mas alternativas como o patinete surgem como complemento viável — e, em alguns casos, até mais barato.
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