12 de setembro de 2025

Com anistia oxigenada, governo destrava R$ 3,2 bi em emendas

Autor: Daniel Menezes

Ao longo da semana marcada pelo julgamento de Jair Bolsonaro e demais réus do Núcleo 1 da ação penal do golpe, o Governo Federal liberou R$ 3,2 bilhões em emendas parlamentares. Os pagamentos ajudam a aproximar a relação do Executivo com o Congresso em meio à ofensiva da oposição para que sejam anistiados o ex-presidente e demais acusados de envolvimento nos ataques às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Dentro da cifra de R$ 3,2 bilhões, cerca de R$ 2,9 bi foram para o pagamento de emendas individuais, direcionadas diretamente à base eleitoral de cada parlamentar. R$ 142 milhões foram para emendas de bancada, R$ 80,8 milhões para emendas de comissão e R$ 60 milhões para emendas de relator.

Dia recorde de liberação coincidiu com anúncio de que anistia teria apoio majoritário na Câmara.

Dia recorde de liberação coincidiu com anúncio de que anistia teria apoio majoritário na Câmara.Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O dia recorde foi na terça-feira (9), quando foram liberados R$ 2,3 bilhões, mesmo dia em que o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), anunciou ter conseguido maioria para pautar a anistia.

A liberação sucede uma série de revezes para o Planalto em seu relacionamento com o Congresso. Na semana anterior ao julgamento, as bancadas do PP e União Brasil anunciaram sua ruptura com o governo, retirando formalmente seus 14 senadores e 109 deputados da base aliada. O movimento foi acompanhado da adesão das lideranças siglas à articulação pela anistia a Bolsonaro.

Os revezes não acontecem por acaso. O governo enfrenta dificuldades para executar emendas parlamentares desde dezembro de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) intensificou as restrições diante de falhas na garantia de transparência e impessoalidade na distribuição dos recursos. A seca de emendas acabou fortalecendo a oposição e afastando o Executivo dos partidos com menor alinhamento ideológico.

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