11 de julho de 2025

Ato da esquerda levou mais gente à Paulista do que Bolsonaro, diz USP

Autor: Daniel Menezes

Do Metrópoles - O ato organizado por movimentos sociais, centrais sindicais e políticos de esquerda, nesta quinta-feira (10/7), na Avenida Paulista, região central de São Paulo, levou mais gente do que a manifestação “Justiça Já”, convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no dia 29 de junho, na mesma Paulista.

De acordo com aferição do Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), da Universidade de São Paulo (USP), o ato da esquerda reuniu R$ 15,1 mil pessoas no horário de pico da manifestação, às 19h30.

Já a última manifestação da direita reuniu 12,4 mil pessoas, de acordo com o mesmo cálculo. Segundo o relatório do Monitor, foi a primeira vez, em um período próximo, que uma manifestação da esquerda superou uma manifestação da direita. Em parceria com a ONG More in Common, a contagem do público é feita com a ajuda de software, com base em fotos aéreas tiradas por drones.

O protesto desta quinta-feira foi marcado pelas críticas à taxação anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre as exportações brasileiras e pelo pedido de aumento na cobrança de impostos para parcelas mais ricas da população.

Antes da divulgação da contagem, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), um dos principais organizadores do ato, chegou a afirmar que esta foi a maior manifestação de rua no Brasil em 2025. Segundo o próprio Monitor do Debate Político, no entanto, outra manifestação convocada por Bolsonaro, em abril, reuniu 44,9 mil pessoas na Avenida Paulista.

Após conseguir pautar as redes sociais com um discurso por “justiça tributária”, os movimentos convocaram o ato para pedir a taxação de bilionários, bancos e bet, grupo batizado de BBB. O protesto é organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, além do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Os discursos feitos pelas principais lideranças deram o tom do que deve ser a campanha eleitoral de 2026. “Temos um desafio que é manter essa onda viva. É ir pra ofensiva nas redes, disputando as visões de mundo. Não tenho a menor dúvida que se seguirmos essa toada vamos ter uma vitória dupla. Que vai ser, no fim desse ano, ver o Bolsonaro na cadeia. E no ano que vem reeleger o Lula para enterrar o bolsonarismo nesse país”, afirmou Boulos em seu discurso.

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