Chacota com o "Teje Entregue" usado por Fátima é a expressão do ódio bolsonarista a tudo que representa o povo nordestino

Autor: Daniel Menezes

Não foram só as fake news que circularam a repeito da inauguração da adutora Apodi-Mossoró, uma obra de 82 milhões de reais, que bolsonaristas locais e nacionais resumiram a um cano; o tema também foi permeado por piadas e chacotas pelo fato da governadora Fátima Bezerra falar - "teje entregue". A afirmação da governadora tem relação com uma forma simpática de fazer menção ao modo como o homem do campo potiguar se expressa.

Pronto. Foi ativado o gatilho bolsonarista. Como expressão de ataques as minorias, esta ideologia tem na reprovação da cultura local nordestina uma de suas manifestações palpáveis. Ler as piadas contra o trejeito na rede bolsonarista nacional até tem algum sentido, já que é o devidamente esperado e coerente. Agora, enxergar o modo como bolsonaristas locais também ecoaram tal ataque ao que significa o homem do campo potiguar espanta porque é a nítida manifestação de pessoas que não se aceitam. 

Caros bolsonaristas, se vocês passarem da fronteira do estado da Bahia, serão considerados cabeças chatas e denominados baianos ou paraíbas, aliás como o ex-presidente Jair Bolsonaro já fez referência em tom jocoso aos nordestinos. Mas não tenham vergonha do que vocês são. O nordestino, como diz a própria máxima, é sobretudo um forte. Deixem o ressentimento de lado. Vocês não são inferiores. Vomitem o opressor interno e aprendam a admirar quem o potiguar é, pois, como mais uma vez ficou claro, vocês não irão encontrar isto lá fora e não serão aceitos como iguais a partir dessa própria auto-diminuição.

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