4 de dezembro de 2025

Ibovespa fecha aos 164 mil pontos e tem novo recorde, com mercado atento ao PIB do 3º tri; dólar cai

Autor: Daniel Menezes

G1 - O Ibovespa subiu 1,67% e encerrou aos 164 mil pontos pela primeira vez na história nesta quinta-feira (4), em um novo recorde de fechamento. O dólar, por sua vez, fechou em queda de 0,04%, cotado a R$ 5,3103.

Os investidores passaram o dia atentos a dados econômicos relevantes e ao cenário político. No Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre foi o destaque, assim como a aprovação das diretrizes do Orçamento de 2026. Nos Estados Unidos, os números do mercado de trabalho ficaram no radar.

▶️ A economia brasileira ficou praticamente estável entre julho e setembro, registrando uma alta de 0,1% no período. O resultado, que representa uma desaceleração da atividade brasileira e veio abaixo do esperado pelo mercado, volta a mexer com as expectativas sobre o início dos cortes na taxa básica de juros por parte do Banco Central do Brasil (BC).

▶️ No campo político, o Congresso aprovou nesta quinta-feira (4) o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. O texto determina que o governo vai pagar mais da metade das emendas parlamentares até o final do primeiro semestre.

🔎A aprovação vem em meio à tensão entre os Poderes, após o ministro Gilmar Mendes, do STF determinar que apenas o producrador-geral da República pode pedir impeachment de integrantes da Corte.

▶️ Nos EUA, os pedidos iniciais de seguro-desemprego somaram 191 mil na semana encerrada em 29 de novembro, após 216 mil na semana anterior. Os dados mais fracos do mercado de trabalho reforçam a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve reduzir os juros na próxima semana.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:

 

💲Dólar

 

 

 

 

  • Acumulado da semana: -0,46%;
  • Acumulado do mês: -0,46%;
  • Acumulado do ano: -14,07%.

 

 

📈Ibovespa

 

 

 

  • Acumulado da semana: +3,39%;
  • Acumulado do mês: +3,39%;
  • Acumulado do ano: +36,73%.

 

 

PIB do 3º trimestre

 

O PIB do Brasil ficou praticamente estável no terceiro trimestre de 2025, com uma alta de 0,1% no período. O resultado, que veio um pouco abaixo do esperado pelos analistas (0,2%), mostra que a economia está perdendo força. No trimestre anterior, a atividade econômica do país havia crescido 0,3%.

Mesmo assim, alguns setores continuaram dando fôlego. A Indústria cresceu 0,8% e a Agropecuária avançou 0,4%. Mas o principal setor do país, de Serviços, quase não andou (0,1%), assim como o Consumo das famílias, que também ficou em 0,1%.

Segundo o IBGE, o movimento pode ser explicado pelo alto patamar da taxa básica de juros (a Selic está em 15% ao ano), que deixa o crédito mais caro. Isso reduz as compras e pesa no dia a dia das famílias.

Do lado do governo, os gastos voltaram a subir (1,3%) e ajudaram a segurar a demanda interna. Os investimentos, que tinham caído no trimestre anterior, cresceram 0,9%.

No comércio exterior, as exportações dispararam 3,3%, puxadas por produtos como soja, carne e minério, enquanto as importações tiveram leve alta de 0,3%. Mesmo com o tarifaço, parte dos exportadores conseguiu encontrar novos compradores e manter as vendas.

Em valores correntes, a economia brasileira movimentou R$ 3,2 trilhões no período.

 

Aprovação do Orçamento e tensão entre poderes

 

O Congresso Nacional aprovou na tarde desta quinta-feira (4), em sessão conjunta, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.

🔎 A LDO é a proposta que estabelece as regras para elaboração do Orçamento do próximo ano. Cabe à LDO definir, por exemplo, o nível de equilíbrio entre receitas e despesas federais.

Além de estabelecer instruções para execução e elaboração do Orçamento do próximo ano, o texto determina que mais da metade das emendas parlamentares terá de ser paga pelo governo até o final do primeiro semestre.

A aprovação do Orçamento vem em meio à tensão entre Poderes. Na véspera, o ministro Gilmar Mendes decidiu ontem que só a Procuradoria-Geral da República pode pedir impeachment de ministros do STF. Antes, qualquer pessoa podia fazer isso. A determinação irritou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que disse que o Supremo está interferindo no Legislativo.

A mudança ocorre após questionamentos à Lei do Impeachment, de 1950. Em 2025, o Senado recebeu cerca de 30 pedidos para afastar ministros do STF, quase todos feitos por cidadãos comuns.

Nesta quarta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu que o ministro reconsidere a decisão. Em manifestação enviada a Mendes, a AGU pede que a medida cautelar também tenha os efeitos suspensos até o julgamento em definitivo do tema pelo Plenário do STF.

A decisão do ministro gerou reação no mundo político, e acendeu debates sobre o papel do Congresso e do Supremo. O g1 explicou, nesta reportagem, os termos jurídicos usados e o que está em jogo.

 

Bolsas globais

 

Em Wall Street, as bolsas americanas fecharam mistas nesta quinta-feira, com investidores analisando novos dados do mercado de trabalho para avaliar as chances de um corte na taxa de juros pelo banco central dos EUA na próxima semana.

Rumores sobre uma possível troca na presidência do Federal Reserve também estão no radar, o que poderia indicar uma política monetária mais flexível.

Dow Jones caiu 0,07%, aos 47.850,94 pontos. Já o S&P 500 avançou 0,11%, para 6.857,12 pontos, enquanto o Nasdaq ganhou 0,22%, aos 23.505,14 pontos.

Os mercados europeus fecharam em alta, impulsionados pelo bom desempenho do setor automobilístico. Investidores também acompanham as negociações para um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.

No fechamento, o STOXX 600 subiu 0,51%, aos 579,17 pontos. O DAX, de Frankfurt, avançou 0,85%, para 23.894,36 pontos; o CAC 40, de Paris, ganhou 0,52%, aos 8.129,52 pontos; e o FTSE 100, de Londres, teve alta de 0,30%, aos 9.720,86 pontos.

Já as bolsas asiáticas tiveram desempenho misto. Na China, os índices caíram pelo terceiro dia seguido, refletindo preocupações com a desaceleração do setor de serviços e risco de deflação. Investidores aguardam medidas do governo para estimular a economia.

Em Hong Kong e Japão, houve alta, com destaque para Tóquio, que registrou forte avanço.

No fechamento: o Nikkei, em Tóquio, subiu 2,33%, para 49.864 pontos; o Hang Seng, em Hong Kong, avançou 0,68%, aos 25.760 pontos. Em Xangai, o SSEC caiu 0,06%, para 3.878 pontos, enquanto o CSI300 teve alta de 0,34%, a 4.531 pontos.

 

Em outros mercados, o Kospi, na Coreia do Sul, recuou 0,19%; o Taiex, em Taiwan, subiu 0,01%; o Straits Times, em Cingapura, caiu 0,37%; e o S&P/ASX 200, na Austrália, ganhou 0,27%.

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