30 de novembro de 2025
A velha guarda de Rosalba e Robinson reaparece como oposição e solução — mas foi ela quem deixou o RN no pior cenário dos últimos anos
Autor: Daniel Menezes
A linha de frente da oposição ao governo Fátima Bezerra é formada, em boa parte, por políticos que tiveram papel central nos governos Rosalba Ciarlini e Robinson Faria — exatamente os governos que entregaram o Estado em sua pior situação recente. Nomes como o senador Rogério Marinho, que foi secretário de Desenvolvimento Econômico de Rosalba, e deputados como José Dias, Tomba Farias, Gustavo Carvalho e outros, no Legislativo, gestões marcadas por rombo fiscal, salários atrasados, sucateamento de serviços e crise generalizada.
No governo Robinson, que aprofundou o colapso herdado, outra parte dessa mesma turma ocupou cargos estratégicos na máquina. O hoje deputado federal General Girão foi secretário de Segurança Pública no período em que o RN bateu recordes de homicídios e acabou decretando calamidade na área. O deputado estadual Coronel Azevedo chefiou a Polícia Militar durante a escalada da violência e da insatisfação da tropa. José Dias, hoje um dos críticos mais duros de Fátima, foi líder do governo Robinson na Assembleia, defendendo em plenário a gestão que acumulou quatro folhas salariais atrasadas e deixou o funcionalismo à beira do desespero.
Esse histórico pesa quando essas lideranças se apresentam agora como solução. Foram elas que participaram das decisões políticas e orçamentárias que levaram o Rio Grande do Norte ao limite, com servidores sem receber, hospitais e escolas em crise e uma segurança pública em colapso. A Fátima coube administrar a herança de um Estado descrito por decisões judiciais e entidades como “falido”, enquanto muitos dos que hoje a atacam estavam do outro lado do balcão, avalizando ou executando a política que resultou nesse cenário.
Por isso, quando essa velha guarda tenta ocupar o lugar de “renovação” ou apontar rumos para o futuro, a contradição salta aos olhos. Não se trata de negar problemas do atual governo, mas de lembrar que aqueles que hoje posam como solução já tiveram a oportunidade de governar — e entregaram ao Rio Grande do Norte um quadro muito mais grave do que o que existe hoje. Antes de apontar o dedo para Fátima, essa oposição ainda deve explicações sobre o que fez, e deixou de fazer, nos governos Rosalba e Robinson.
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