Obcecados por Brisa, esquecidos da cidade: o período chuvoso se aproxima e a drenagem da engorda de Ponta Negra segue sem correção

Autor: Daniel Menezes

A Câmara Municipal do Natal transformou Brisa Bracchi no centro absoluto de sua agenda. Fala-se de Brisa para cá, Brisa para lá, abre-se uma segunda representação contra ela antes mesmo de encerrar a primeira, e a Casa parece girar completamente em torno da perseguição a um único mandato. Enquanto isso, representações envolvendo outros vereadores não avançam, não viram pauta, não ganham a mesma energia — e o recado político é evidente: há seletividade, há prioridades invertidas e há um uso desigual do poder institucional.

Mas a questão vai além da disputa interna. Enquanto a Câmara se ocupa de moer um mandato da oposição, Natal permanece sem respostas para problemas reais e urgentes. Um exemplo gritante é a drenagem da engorda de Ponta Negra, que segue sem correção. Técnicos já alertaram, especialistas apontam falhas, e moradores e comerciantes temem o que pode acontecer quando as chuvas chegarem. A cidade se aproxima velozmente do período chuvoso, e nada foi feito — nenhuma ação, nenhuma cobrança, nenhum plano apresentado com transparência. Tudo fica para depois, porque toda a energia está depositada em uma guerra política estéril.

O resultado dessa distorção é claro: enquanto vereadores gastam tempo e legitimidade em disputas internas, Natal corre riscos concretos. A Câmara vive fechada em sua própria bolha, e a cidade fica sujeita aos mesmos problemas estruturais de sempre. Em vez de usar o poder político para cobrar soluções, fiscalizar obras e defender o interesse público, setores da Casa preferem transformar a crise de um mandato em distração permanente. O problema é que drenagem não espera. Chuva não espera. A população não pode esperar. E Natal merece muito mais do que um Parlamento obcecado por uma única vereadora enquanto ignora o resto da cidade.

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