26 de novembro de 2025
A Câmara de Natal precisa sair da bolha das cassações e voltar a trabalhar pela cidade
Autor: Daniel Menezes
A Câmara Municipal do Natal está paralisada. Há semanas, o Legislativo vive um transe institucional provocado pelo acúmulo de representações, contra-representações, pedidos de cassação e disputas internas que consomem toda a energia política da Casa. O plenário virou um palco permanente de guerra, e a cidade, que deveria ser o centro das preocupações, desapareceu da pauta.
É preciso dizer o óbvio: esse ciclo precisa ser superado. O Legislativo não pode se reduzir a um tribunal de exceção improvisado, onde cada grupo tenta punir o adversário da vez. Os ritos são atropelados, as decisões parecem personalizadas e a Câmara se distancia daquilo que deveria ser sua razão de existir — legislar, fiscalizar e construir soluções para os problemas concretos de Natal.
Enquanto vereadores trocam acusações, Natal segue com obras paradas, mobilidade caótica, falta de planejamento urbano, problemas recorrentes na saúde e na educação, e uma série de demandas urgentes que simplesmente não entram na agenda. A crise política virou distração permanente, um looping que beneficia apenas quem lucra com o caos e a desorganização institucional.
O Legislativo precisa retomar sua função pública. Precisa colocar a cidade de volta no centro. Precisa discutir orçamento, acompanhar execuções de obras, cobrar transparência do Executivo, fiscalizar contratos, ouvir a população e produzir políticas que melhorem a vida das pessoas. A fase das cassações — usadas mais como arma política do que como instrumento de proteção ao decoro — precisa terminar.
A Câmara de Natal só recuperará sua credibilidade quando voltar a fazer o que realmente importa: trabalhar por Natal e para Natal. Tudo o mais é ruído.
[0] Comentários | Deixe seu comentário.