25 de novembro de 2025
Movimento Olga Benário realiza ato na Prefeitura e cobra políticas para mulheres
Autor: Daniel Menezes
98fm - Um grupo de mulheres do Movimento de Mulheres Olga Benário ocupou a sede da Prefeitura de Natal na manhã desta terça-feira (25). A mobilização contou com o apoio do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), e teve como objetivo cobrar políticas públicas para mulheres em situação de vulnerabilidade.
De acordo com a coordenadora do movimento, Kivia Moreira, a ação foi marcada após tentativas fracassadas de diálogo com a prefeitura. Kivia Moreira afirma que a manifestação ocorreu simultaneamente em outras cidades do país e buscou denunciar o déficit de equipamentos públicos voltados ao enfrentamento da violência de gênero.
Durante a ocupação, houve tumulto na entrada do prédio. Kivia Moreira afirma que as participantes foram contidas de maneira agressiva por guardas municipais, a maioria homens, o que teria provocado ferimentos, desmaios e o uso de spray de pimenta. Ela classifica a situação como violência institucional e aponta que a Guarda atuou de forma desproporcional diante de um ato, segundo ela, formado quase integralmente por mulheres e crianças.
A Prefeitura de Natal, por outro lado, defende que sempre esteve aberta ao diálogo. A gestão municipal também informou que o tumulto foi controlado e que uma comissão indicada pelo movimento foi recebida por representantes da gestão. Em nota, afirmou que as ações reivindicadas já são ofertadas pelo Município e que o pedido feito durante a reunião foi de ampliação dessas políticas. A administração declarou ainda que avaliará as demandas em conjunto com a Secretaria da Mulher (Semul).
Kivia Moreira cita que o Brasil possui apenas 56 delegacias 24 horas especializadas e pouco mais de 500 unidades no total. Em Natal, segundo relata, a estrutura disponível se resume a uma delegacia 24 horas na Zona Norte, à casa-abrigo Clara Camarão e ao Centro de Referência Elizabeth Nárcea.
As manifestantes também chamaram atenção para a superlotação da casa-abrigo e para a dificuldade de acesso das mulheres a creches públicas, que muitas vezes funcionam como apoio para aquelas que tentam romper ciclos de violência. Kivia menciona o CME do Vila de Ponta Negra, que estaria há anos sem funcionamento, como exemplo de estrutura paralisada que impacta diretamente mães da periferia.
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