25 de novembro de 2025
Matheus Faustino vai pedir também a cassação de Nina Souza, que fez evento privado fechado em restaurante de luxo com emenda parlamentar?
Autor: Daniel Menezes
O vereador Matheus Faustino voltou a acionar a máquina de representações da Câmara para tentar cassar a vereadora Brisa Bracchi. Desta vez, ele sustenta que houve “cobrança de ingresso” no evento Rolê Vermelho — um evento cultural independente, organizado por terceiros, e que Brisa iria apoiar com emenda parlamentar com pagamento de cachês. Após a denúncia de Faustino, os artistas acharam melhor abrir mão dos pagamentos. A premissa já nasce frágil: o poder público apoia rotineiramente eventos culturais, esportivos e festivos em que há cobrança de ingresso. A Prefeitura de Natal e o Governo do Estado fazem isso há décadas, e o Tribunal de Contas jamais proibiu tal prática. Mas Faustino insiste.
Diante disso, surge a pergunta inevitável: se Matheus Faustino considera que a mera cobrança de ingresso em um evento apoiado por emenda parlamentar é razão para cassação, ele vai também representar contra a vereadora e primeira-dama de Natal, Nina Souza? Afinal, Nina realizou um evento privado, fechado, com emenda parlamentar, em um restaurante de luxo da cidade — algo muito mais alinhado ao critério que Faustino tenta impor a Brisa. A diferença é evidente: Brisa apoiou um evento de terceiros; Nina protagonizou uma festa eminentemente privada.
Se o critério de Faustino fosse aplicado com coerência, não sobraria alternativa senão também questionar o caso de Nina. Mas o episódio revela que o debate não é sobre moralidade ou zelo com o dinheiro público — é sobre seletividade política. Quando a régua precisa medir aliados, a rigidez desaparece. Sem coerência, o discurso moralista de Matheus Faustino desaba como instrumento de perseguição e oportunismo.
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