19 de novembro de 2025
Paulinho já tem histórico de abuso político em 2024 e, pelo que mostra na Câmara, pode repetir em 2028 — enquanto Brisa sofre perseguição e tentativa de cassação
Autor: Daniel Menezes
O caso de cassação da vereadora Brisa Bracchi (PT) tornou-se um exemplo claro de perseguição política dentro da Câmara Municipal de Natal. Ao longo dos últimos meses, o processo foi marcado por atropelos regimentais, prazos ignorados, convocações relâmpago e decisões tomadas de forma a dificultar a defesa da parlamentar. A opinião não é só minha, mas de três decisões judiciais. A insistência em levá-la à cassação, mesmo diante de sucessivas decisões judiciais apontando irregularidades no rito, reforça a ideia de que o resultado já estava decidido.
Esse cerco político não pode ser desconectado do que ocorreu na campanha de 2024, quando Paulinho Freire, então candidato apoiado pelo prefeito Álvaro Dias, esteve no centro de um dos episódios mais explícitos de abuso de poder político em Natal. Foram gastos milionários em ano eleitoral, eventos feitos pela máquina municipal, obras aceleradas às pressas e uso ostensivo da estrutura pública — práticas que hoje tramitam na Justiça Eleitoral. Mais uma vez - trata-se de uma opinião consolidada entre os ministérios públicos do trabalho, eleitoral e federal que impetraram a ação, pedindo a cassação de Paulinho Freire e a sua inelegibilidade, além também do ex-prefeito Álvaro Dias e de vereadores.
O comportamento atual de Paulinho na Câmara, estimulando um clima de hostilidade contra a oposição e um processo de cassação conduzido de forma questionável, acende um alerta para 2028. Blogs de extrema direita disseram abertamente que, se Tércio Tinoco não voltasse de viagem para votar pela cassação de Brisa, ele perderia os cargos. Como Paulinho silenciou sobre as ameaças, o cenário ficou claro de quem vinha na verdade a ordem. O que se vê no caso Brisa — perseguição institucional, tentativa de silenciar opositores e manipulação do rito legislativo — funciona como sinal do que pode ocorrer em um novo ciclo eleitoral, caso Paulinho volte a disputar o comando da cidade. Assim, é preciso mobilização e atenção em prol da devida lisura eleitoral.
Assim, a investida contra Brisa não é apenas um episódio isolado, mas se estabelece dentro de um contexto mais amplo de utilizar poder político para atropelar oponentes. E esse padrão, se não for contido, pode se repetir — com consequências ainda mais graves — na próxima eleição.
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