19 de novembro de 2025
Enquanto Nina articula cassação de Brisa e Paulinho pressiona vereadores através de blogs, Agripino admite uso de emendas federais para a primeira dama candidata “aquinhoar” prefeitos
Autor: Daniel Menezes
A disputa em torno da cassação da vereadora Brisa Bracchi (PT) escancarou um cenário de contradições e seletividade na política de Natal. Enquanto a primeira-dama e vereadora Nina Souza atua nos bastidores para garantir votos favoráveis à destituição da parlamentar, o ex-presidente da Câmara Paulinho Freire mobiliza sua rede de blogueiros aliados para pressionar vereadores a aderirem ao movimento, criando um ambiente de intimidação interna. Um dos exemplos mais claros dessa pressão é o caso do vereador Tercio Tinoco que voltou às pressas de uma viagem para não perder cargos que possui na estrutura da Prefeitura. Trata-se, portanto, de forte evidência de que a cassação virou moeda de troca política.
A articulação externalizada por Paulinho, combinada com a presença ativa de Nina nos bastidores do Legislativo, revela um esforço coordenado para garantir o resultado desejado pelo bloco governista. Não há, contudo, o mesmo empenho da Câmara para fiscalizar outras práticas graves envolvendo o uso de emendas parlamentares. A seletividade fica ainda mais evidente diante da declaração feita ao vivo pelo deputado José Agripino, em uma rádio de Natal, admitindo que pretende liberar emendas federais para fortalecer politicamente Nina Souza, mesmo ela não exercendo nenhum cargo federal que justificasse tal destinação. Segundo ele, Nina poderia com as emendas “aquinhorar prefeitos”.
A contradição é gritante: enquanto uma vereadora é alvo de um processo de cassação por uma emenda que sequer chegou a ser executada e foi aprovada pela prefeitura, figuras centrais do grupo político de Paulinho Freire falam abertamente em rádio sobre o direcionamento de recursos públicos para fins de influência, articulação política e captação de aliados.
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