16 de novembro de 2025

Secretário de Trump atribui alta da carne a imigrantes que ‘trazem gado doente da América do Sul’

Autor: Daniel Menezes

Estadão - Uma fala do secretário do Tesouro dos Estados UnidosScott Bessent, tem gerado polêmica ao atribuir a alta dos preços da carne no país aos imigrantes da América do Sul. A declaração foi dada neste domingo, 16, em uma entrevista ao Sunday Morning Futures, no cana Fox News.

secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP

secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP

No programa, Bessent foi questionado pela apresentadora Maria Bartiromo sobre um comentário do CEO da Omaha Steaks de que, em breve, americanos vão pagar US$ 10 pela libra (o que equivalente a cerca de 450 gramas) de carne moída. Economistas atribuem a inflação dos alimentos à política tarifária do governo de Donald Trump que impôs tarifas sobre carne bovina, mas também ração e maquinário importados de países como Brasil, Austrália, Nova Zelândia e Uruguai.

Mas a justificativa do secretário americano foi outra – e surpreendeu, causando polêmica nas redes sociais e na imprensa americana. Bessent disse que os imigrantes estão cruzando a fronteira dos EUA trazendo consigo gado doente. E que essa seria a razão pela alta dos preços da carne.

“Por causa da imigração em massa, uma doença que já tínhamos erradicado na América do Norte que veio subindo pela América do Sul à medida que esses migrantes trouxeram parte de seu gado com eles.

Então, parte do problema é que tivemos de fechar a fronteira para a carne bovina mexicana por causa dessa doença chamada screw worm (mosca-da-bicheira). Não vamos deixar isso entrar na nossa cadeia de abastecimento”, declarou.

O governo dos EUA suspendeu as importações de carne vindas do México em maio deste ano, em meio ao aumento das notificações de casos de bicheira no país latino. A praga é conhecida como “mosca-varejeira-do-novo-mundo” e pode matar o gado se não for tratada.

Não há, no entanto, dados oficiais de imigrantes que estejam entrando na fronteira dos EUA com gado; tampouco gado doente, como disse o secretário do Tesouro.

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