12 de novembro de 2025

Análise: falas de Lula repercutem mal, e segurança interrompe lua de mel tardia com eleitor independente, diz diretor da Quaest

Autor: Daniel Menezes

G1 - O diretor da Quaest, Felipe Nunes, avalia que as falas de Lula (PT) sobre a megaoperação no Rio de Janeiro pesaram negativamente sobre a avaliação do governo, e ajudaram a frear a tendência de melhora que vinha desde julho, conforme mostra pesquisa do instituto divulgada nesta quarta-feira (12).

 

 

"As falas de Lula sobre a operação no Rio repercutiram mal. No país, 81% discordaram da declaração sugerindo que traficantes seriam “vítimas dos usuários” — proporção semelhante à vista no RJ há uma semana", afirma Nunes.

 

Desde julho, a aprovação de Lula vinha oscilando dentro da margem de erro para cima e a desaprovação, para baixo. Agora, o cenário se inverteu: a aprovação oscilou para baixo e a desaprovação, para cima. Veja os números abaixo, ou clique aqui para ver todos os detalhes.

 

 

  • Aprovação: 47% (eram 48% em outubro)
  • Desaprovação: 50% (eram 49%)
  • Não sabe/não respondeu: 3% (eram 3%)

 

 

Os números configuram um empate técnico entre aprovação e desaprovação, mesmo cenário de outubro.

Para Nunes, isso é resultado de três fatores:

Do lado positivo para o governo,

 

  • a melhora na percepção sobre a inflação: caiu de 63% para 58% a parcela da população que acha que os preços subiram, o menor percentual desde dezembro de 2023;
  • E o encontro de Lula com Trump: 45% afirmam que o Presidente saiu mais forte, enquanto 30% afirmam que ele saiu mais fraco;

 

Do lado negativo, a falas de Lula sobre a operação no Rio: 81% discordam da fala de Lula de que traficantes são vítimas de usuário (51% acham que essa é uma opinião sincera do presidente, e não um mal-entendido) e 57%, da afirmação de que operação foi desastrosa.

 

Para o diretor da Quaest, o prejuízo aconteceu principalmente no eleitorado que se diz independente (nem lulista, nem bolsonarista, nem de direita, nem de esquerda).

Segundo o levantamento, em outubro, havia empate técnico entre aprovação (46%) e desaprovação (48%) de Lula no eleitorado independente. Em novembro, a desaprovação (52%) voltou a ser maior que a aprovação (43%), algo que não se via desde agosto de 2025. A margem de erro é de quatro pontos no segmento.

 

"Se o tarifaço mudou a trajetória da aprovação a favor do Lula, a pauta da segurança pública interrompeu a lua de mel tardia do governo com o eleitorado independente. Foi justamente nesse grupo que a tendência de melhora se inverteu", disse Nunes.

 

 

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