1 de novembro de 2025

Megaoperação policial foi um sucesso para 57% dos moradores do Rio, diz pesquisa

Autor: Daniel Menezes

Do Estadão - A maioria dos moradores da cidade do Rio de Janeiro e da região metropolitana (57%) avalia que a megaoperação policial contra o Comando Vermelho (CV), que deixou 121 mortos na terça-feira, 28, foi um sucesso, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 1º. Outros 39% discordam dessa avaliação.

A avaliação de que a ofensiva policial foi exitosa foi feita pelo governador Cláudio Castro (PL) no dia seguinte à operação, a mais letal da história da polícia fluminense. Ele e a as autoridades fluminenses defenderam a estratégia diante da violência adotada pelos criminosos do CV, que estavam armados com fuzis e usaram até drones com granadas contra as forças de segurança.

Parte dos especialistas questiona a efetividade de incursões violentas em favelas, sobretudo pelo risco que para moradores e os próprios policiais (quatro morreram na ação de terça).

Entre os que aprovaram a ação policial, 38% consideram a ação bem sucedida de forma integral e outros 18% dão aprovação parcial. O Datafolha ouviu 626 eleitores, na quinta-feira, 30, e na sexta-feira, 31. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou menos.

Megaoperação na Penha e no Alemão foi a mais letal da história do Estado Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Megaoperação na Penha e no Alemão foi a mais letal da história do Estado Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Pesquisa AtlasIntel divulgada na véspera mostra que a maioria da população brasileira é favorável à megaoperação. Segundo o levantamento divulgado nesta sexta-feira, 55,2% aprovam a ação, enquanto 42,3% desaprovam.

Além de Castro, o apoio à operação tem mobilizado em torno governadores - entre eles, Tarcísio de Freitas (Republicanos - São Paulo), Romeu Zema (Novo - Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (União - Goiás) -, que criaram um Consórcio da Paz, em defesa da agenda da segurança pública.

Uma das pautas dos governadores da direita tem sido classificar as facções criminosas como terroristas, o que já foi rejeitado pelo atual Ministério da Justiça.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, tem enfrentado dificuldade em oferecer uma resposta para a pauta da violência urbana, que deve ser uma das mais importantes para a população nas eleições de 2026.

Na tentativa de ganhar protagonismo na área, Lula assinou nessa sexta-feira, 31, o projeto de lei antifacção, encaminhado no mesmo dia ao Congresso. O texto prevê penas mais duras para líderes de facções e infiltração de policiais em empresas suspeitas de lavar o dinheiro do crime, além da criação do Banco Nacional de Organizações Criminosas .

Maioria concorda com frase: ‘Bandido bom é bandido morto’

Ainda conforme o levantamento do Datafolha, 48% dos entrevistados acreditam que a operação foi bem executada. Por outro lado, 21% apontaram falhas na ação e 24% reprovaram a estratégia adotada pela Polícia Militar. Outros 7% disseram não saber.

Para metade dos entrevistados, a maioria dos mortos (excluindo os policiais) era composta por bandidos. Outros 31% afirmaram acreditar que todos eles eram criminosos. Apenas 4% responderam que a minoria era inocente e 1%, que todos eram inocentes.

O instituto também ouviu os entrevistados sobre a frase “Bandido bom é bandido morto”. 51% concordam integralmente ou em parte. O índice dos que discordam da declaração ficou em 46%.

[0] Comentários | Deixe seu comentário.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.