6 de outubro de 2025

Direita vê revés, mas aposta em Rubio para manter sanções a Moraes

Autor: Daniel Menezes

CNN - A direita brasileira admite um revés após o telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o americano Donald Trump, nesta segunda-feira (6), que sinalizou um possível avanço nas negociações entre Brasil e Estados Unidos.

Sob reserva, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) consideram uma derrota o fato de ele, condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado, ter ficado fora da pauta da conversa de trinta minutos entre Lula e Trump.

Por outro lado, o entorno do ex-presidente se diz otimista com a escolha do secretário de Estado, Marco Rubio, como interlocutor do governo Lula.

A expectativa é que Rubio ainda possa evitar um recuo nas medidas adotadas contra o Brasil, como a sobretaxa de 40% a produtos brasileiros e as sanções contra autoridades, em especial o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Interlocutores do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem articulado sanções americanas contra o país, afirmam que a pressão de lobistas ligados a empresas brasileiras e a alguns setores da economia surtiu efeito para viabilizar a conversa — mesmo diante da resistência de Rubio.

Além disso, o grupo aponta a participação decisiva de Richard Grenell, enviado presidencial especial para Missões Especiais dos Estados Unidos, para destravar o diálogo com o Brasil. No dia 15 de setembro, Grenell se reuniu com o chanceler Mauro Vieira em Brasília, em um encontro que não foi divulgado oficialmente.

Para aliados de Bolsonaro, a aproximação com Rubio aumenta a pressão sobre o presidente Lula — que, agora, precisará demonstrar capacidade de negociação, apresentar resultados e não poderá mais atribuir eventuais impasses à atuação de Eduardo Bolsonaro.

No cenário mais otimista para o entorno de Bolsonaro, o governo Trump poderá agora fazer questionamentos diretamente a Lula sobre as acusações de perseguição à oposição e de violações de direitos humanos, que vêm sendo levadas por Eduardo e pelo produtor de conteúdo Paulo Figueiredo às autoridades americanas.

Desde julho, os Estados Unidos mantêm uma ofensiva comercial contra o Brasil, com a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros, sanções a autoridades e tentativas de interferência em decisões do Poder Judiciário.

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