20 de setembro de 2025

Membros da extrema direita pedem "escola sem ideologia" na câmara municipal do Natal

Autor: Daniel Menezes

Por proposição do vereador Subtenente Eliabe (PL), a câmara municipal do Natal debateu esta semana a escola sem ideologia. A audiência contou com o próprio, além do deputado federal Sargento Gonçalves e outros professores ditos conservadores. Não entrando na questão óbvia de um movimento anticiência e extremista querer falar em "escola sem ideologia", cabe apontar como tal perspectiva é errada, além de idiotizante.

Esse falso debate parte de uma proposição pretensamente democrática, mas só na aparência. Por exemplo, a respeito do golpe de 64, eles querem que se apresente o "lado da esquerda" e o "lado da direita". O erro e a malícia estão em justamente reduzir a discussão crítica e científica à redução por uma politização totalmente improcedente. 

O dado da realidade não é composto por versões, mas pela busca de fundamentos lógicos, descritivos e racionais capazes de passar pela aprovação de parâmetros do fazer científico, parâmetros  esses que foram construídos e fortalecidos pela validação de conceitos e métodos de análise de forma cumulativa. Portanto, juntar versões não tornará o debate mais democrático, mas embaralhará uma compreensão reflexiva dos fatos com outras enviesadas por concepções ideológicas. O golpe de 1964 é assim ensinado pelo escrutínio factual e não por escolha política.

Na verdade, é este tipo de movimento que tenta impor sua visão precária e ideologizada de mundo, enfiando de contrabando ideias e leituras falsas. Veja o caso da cloroquina no que deu - esse mesmo viés tentou reduzir o mundo entre os que acreditavam na sua eficácia X os que não viam base científica. Resultado - ela efetivamente não funcionava contra covid. Do outro lado, os que impuseram uma análise inverossímil com consequências fatais concretas.

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