Parque linear de Natal é a nova arapuca eleitoral como foi a engorda

Autor: Daniel Menezes

O parque linear de Natal segue a mesma trilha da engorda de ponta de negra. Foi apresentado com muita expectativa a partir de ampla cobertura da imprensa. Ocorre que, em que pese não existir projeto, ele mexe em área sensível do meio ambiente.

Os órgãos de controle não foram acionados. Os conselhos gestores muito menos. De modo legítimo, já resistem. A empolgação propagada está divorciada do planejamento e discussão democrática a respeito da intervenção. Fala-se muito em como a ação melhorará a cidade, mas nada de concreto é demonstrado. A questão não é técnica, mas rigorosamente política.

A trilha a ser percorrida será a mesma da engorda de ponta negra. Tudo está sendo preparado para tanto - espera-se até a última hora para demonstrar o projeto e depois tenta-se atropelar os entes reguladores. 

A ideia é deixar o antipetismo em alta, fazendo uma falsa polarização, e aprovar na base de politização via imprensa aliada. Mais uma vez virá os que seriam contrários ao desenvolvimento e os favoráveis. Nessa disputa, quem cobra regulação adequada acaba na desvantagem porque fica a errada impressão de que empregos serão cerceados.

Aí se empurrará algo sem debate, sem apresentação devida dos prós e contra. E a tendência posterior de sempre se instalará - um sentimento de enganação com um elefante branco na mão. Mas aí os ganhadores de sempre já estarão bem empanzinados. Esta é a história do planejamento das grandes obras que prometem o pote no final do arco iris em Natal. E mais uma vez será acionada.

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