2 de setembro de 2025
Julgamento de Bolsonaro deve ser feito "com serenidade", diz Barroso
Autor: Daniel Menezes
Após palestra na Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ) nesta segunda-feira (1º), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, comentou sobre as expectativas do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, marcado para terça-feira. O ministro ressaltou que a audiência deve acontecer "com absoluta serenidade", livre de pressões externas.
"O julgamento precisa ser feito com absoluta serenidade, mas cumprindo o que diz a Constituição, sem interferências, venha de onde vier. A gente está lá para cumprir uma missão difícil, mas que é a missão de servir ao Brasil", disse. Ele próprio não estará no julgamento, que tramita na 1ª Turma. A ação será levada a Plenário apenas se houver recurso da defesa após a divergência de dois ou mais ministros ao voto do relator, Alexandre de Moraes.

Barroso não estará no julgamento de Bolsonaro, ação penal tramita na 1ª Turma.Marcelo Camargo/Agência Brasil
Barroso também disse enxergar com naturalidade a tensão nacional e internacional em cima desse julgamento e dos demais envolvendo acusados de participação nos ataques de 8 de janeiro de 2023. "Nenhum país julga isso sem algum tipo de tensão. Mas a tensão foi absorvida institucionalmente. Acho que a vida democrática fluiu com naturalidade ao longo desse período".
Ele também avalia que o julgamento pode pôr fim a uma longa trajetória de " golpes, contragolpes e tentativas de quebra institucional" promovidos por diferentes grupos que ficaram impunes ao longo da história brasileira. "Temos, desde a redemocratização, 40 anos de estabilidade institucional. (..) Acho que é muito importante julgar, encerrar o ciclo do atraso no país e ter a consciência de que a divergência, que é legítima e desejável em uma democracia, deve se manifestar dentro das regras do jogo", declarou.
O ministro ainda reforçou que "essa ideia de quem perdeu tenta levar a bola para casa ou mudar as regras é um passado que nós precisamos enterrar". Ele manifesta sua preocupação com ideologias extremistas, mas que ao seu ver serão empurradas em breve para a "margem da história".
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