17 de fevereiro de 2024

"Narrativa", a palavra mágica bolsonarista para varrer a realidade para debaixo do tapete

Autor: Daniel Menezes

Aprendi a nunca usar a noção "narrativa", principalmente depois que ela foi apropriada pelo lexico bolsonarista. Em tese, os seguidores do mito chamam de narrativa um discurso falseador da realidade utilizado pelos seus adversários. Na prática, "narrativa" virou sinônimo da tentativa de varrer para debaixo do tapete todos os fatos que forem considerados inconvenientes. 

Cito apenas um exemplo: o secretario pessoal de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, foi pego em conversas de whatsapp com organizadores de baderna, articulando a invasão do congresso nacional e do STF. E mais: dizendo que as forças armadas protegeriam qualquer ato. Ora, estamos diante de um crime insofismável. Mas o bolsonarista não enfrentará a questão. Ele dirá que a ação da polícia federal contra o ato se baseia numa narrativa para atacar o ex-presidente.

Narrativa virou subterfúgio para sustentar crenças distantes do que está efetivamente acontecendo, gerando uma dissonância cognitiva típica de movimentos de seita e/ou extremistas.

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