15 de dezembro de 2023

“Castigo vem a cavalo”, diz Queiroz sobre família Bolsonaro

Autor: Redação

Do Poder 360 - Policial militar reformado e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Fabrício Queiroz (Democracia Cristã) disse que os integrantes da família Bolsonaro “são do tipo que valorizam aqueles que os traem” e que “o castigo vem a cavalo”. Ele, no entanto, não citou quem seriam os traidores.

“Até mesmo se eu fosse bandido, não deveriam me abandonar. Mas não tem mágoa com a família nesse sentido. Mas a gente vê o que acontece quando tem ingratidão. O castigo vem a cavalo”, afirmou em entrevista à revista Veja publicada nesta 6ª feira (15.dez.2023).

Questionado sobre qual a relação atual com a família Bolsonaro, Queiroz respondeu que não fala com nenhum integrante. “A última vez foi com o Flávio, no ano passado, na época em que eu queria ser candidato a deputado. Depois disso, nunca mais trocamos ideias. Queria muito o apoio deles para poder ganhar a eleição, mas não forcei a barra”, disse.

O ex-assessor lamentou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não tenha votado nele nas eleições de 2022. Devia ter outros candidatos melhores do que eu”, disse. Ele mesmo sempre me falava isso: ‘No dia em que eu deixar de ser eleito é porque apareceu outro melhor’. Então [o presidente Luiz Inácio] Lula [da Silva (PT)] é melhor do que ele, porque foi eleito”, completou.

Denunciado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por supostamente integrar um esquema de “rachadinhas” (repasse de salários de funcionários) no gabinete de Flávio, o ex-assessor recebeu 6.701 votos no Rio de Janeiro e não foi eleito para o cargo de deputado estadual. Agora, cogita tentar um cargo de vereador nas eleições municipais de 2024.

Se o Jair acenasse para mim com alguma coisa, com certeza eu seria deputado estadual hoje. Agora, eles seguem a vida deles lá, estão numa fogueira danada”, afirmou.

O ex-assessor disse ainda que Bolsonaro deve se arrepender de ter sido presidente. Só está tomando porrada, todos da família estão expostos”, disse.

Queiroz atribui o seu afastamento da família ao seu envolvimento nas investigações do MP-RJ.

Na política é assim mesmo. Há um escândalo, afastam-se os assessores. O escândalo me envolveu, por isso me afastaram”, afirmou. Jair mesmo tinha dito que, enquanto eu não esclarecesse tudo, iria cortar relações. Então, eu não o procurei mais. Nem vice-versa. Muita gente me diz que eles foram ingratos comigo”, disse, acrescentando que não guarda segredos da família.

“A família dele não é melhor que a minha para ele sacrificar a minha família e a dele ficar bem. Porque a dele está bem. Na dele, todos são políticos, todos ganham bem. Vou segurar a viola deles para a minha se ferrar? Jamais”, disse.

Queiroz diz que, por ter sido presidente, Bolsonaro poderia ajudá-lo com algum emprego. Segundo ele, entretanto, nunca houve “nenhum aceno” da família nesse sentido.

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