17 de novembro de 2023

Para onde irá o governo Fátima?

Autor: Daniel Menezes

Artigo de Daniel Menezes para o Agora RN

A governadora Fátima Bezerra tem o desafio de fazer o que Wilma de Faria não conseguiu e tentar superar o que Garibaldi Alves Filho alcançou. A guerreira terminou a sua segunda administração na liderança do RN sem conseguir alçar voo para o senado. Depois seu grupo desmilinguiu. Já o bacurau de carreira vitoriosa, não apenou chegou a casa da federação após dois mandatos no comando do executivo estadual, como teve o destaque de presidi-la. Posteriormente, foi sendo lentamente sobrepujado por outros agrupamentos políticos.

A petista em tela já se projetou de maneira ímpar na história do Rio Grande do Norte, saindo de uma pequena cidade e de família pobre para liderar as terras potiguares por duas gestões, a segunda com vitória em primeiro turno. Irá tentar o senado? É possível. Com chances? O seu grupo político permanecerá? As respostas dependem em grande medida do desempenho do desenrolar de seu governo.

Mas para onde irá a administração Fátima Bezerra? A ponderação devida recomenda não encurtar o olhar apenas para o que ocorre nas últimas semanas. Afinal, a eleição será em 2026 e seu governo se encerra somente no final do citado ano. E é com esse foco que é preciso levar em consideração que as perspectivas não são ruins. A petista conta com o presidente Lula ao seu lado e com a aprovação de recursos da união que começarão a surtir efeito por aqui – estamos falando de obras que irão se desenvolver no âmbito da educação, estradas, desenvolvimento.

Por isso que a oposição aposta todas as fichas na tentativa de inviabilizar o governo diante da necessária manutenção da alíquota do ICMS em 20%. Além de ser incontornável pela nova regra da reforma tributária, que irá compensar os estados conforme o tamanho de suas arrecadações entre os de 2024-2028 a partir de 2029 – daí todos os estados do nordeste e 24 dos 27 do brasil já terem elevado os seus ICMSs para 20% -, a medida garante a solvência da máquina pública até as intervenções federais começarem a gerar resultados concretos. Cercear o executivo estadual dos 2% de arrecadação em 2024 traria uma contaminação política com potencial de catapultar a pré-candidatura de Rogério Marinho, nome do campo da extrema direita potiguar em processo de maturação para 2026.

O governo sabe o jogo que está sendo jogado e atua, sem antecipar os lances devidos na Assembleia Legislativa, para aprovar a manutenção do valor do imposto para 2024. A ansiedade plantada pela opinião publicada não acelera as negociações e há uma razão de ser – se atender a todas as demandas dos deputados estaduais agora, a conta pode ficar maior quando o projeto vier a ser votado, provavelmente na última sessão do ano de 2023.

O ano de 2023 será o principal desafio a ser enfrentado por Fátima Bezerra. Dando sinais de que compreendeu que não pode – infelizmente – atender a todas as demandas dos sindicatos, trabalhará com crescimento sustentado da folha de servidores. E, caso ingresse 2024 com os 20% aprovado, Fátima tem tudo para chegar em 2026 com alicerces para gerar a mesma incursão outrora atingida pelo então governador Garibaldi Filho. E com outra característica. O PT é um partido de orgânico em termos nacionais com capacidade de sustentar um grupo político por longo período, talvez por tempo maior do que Garibaldi conseguiu. Pode não parecer, mas a bola está com Fátima.

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