13 de novembro de 2023

Bolsonaristas precisam criar falsas similaridades com o PT para normalizar a proximidade histórica de Bolsonaro no relacionamento, contratação e na defesa de milicianos

Autor: Daniel Menezes

Os eleitores do presidente Jair Bolsonaro votaram nele, sabendo de suas amizades com assassinos, como no caso de Marielle Franco; que ele defendeu em seu mandato a legalização de milícias e homenagerou chefes de pistolagem, como o Adriano da Nobrega. Ele e seus parentes empregaram em seus gabinetes milicianos. Há fotos, homenagens, concessão de títulos, entrevistas. Tudo público.

Então, diante de tudo isso, o que fazer? Deixar de votar no mito? Ora, ele entrega o que o eleitor dele quer - homofobia, ataque aos pobres e a promessa do retorno (autoritário) a um Brasil do passado. Então, todo a história pregressa de Bolsonaro vira detalhe.

Daí que é preciso criar falsas similaridades com os adversários do Jair, para que ele fique palatável. E aí surgem essas comparações. Se alguém entra num ministério, como hoje ocorreu (veja a matéria abaixo), isto prova que há ligações do governo com o crime, mesmo que esteja claro que não seja nada disso. Toda a ficha corrida de Bolsonaro, aí tudo não passa de pura coincidência.

Do Blog da Andreia Sadi

Segundo o blog Da Andreia Sadi apurou, o secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, recebeu um pedido de Janira Rocha, que além de ser ex-deputada estadual do Rio de Janeiro pelo PSOL, também é advogada, para receber uma delegação de mulheres. Luciane estava entre elas.

Nos bastidores, assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino, consideraram o episódio um erro de Vaz, que "deveria ter checado" a lista de participantes.

 

Nesta segunda-feira (13), Vaz disse que "se houve algum erro, esse erro foi da minha parte", disse.

 

O caso vai ser analisado numa reunião ainda nesta segunda.

 

Quem é Luciane Barbosa

 

Luciane Barbosa Farias, mulher de Tio Patinhas, chefe do Comando Vermelho no Amazonas que foi preso em 2022, fez duas visitas ao Ministério da Justiça em 2023. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo e confirmada pelo blog com uma fonte da pasta.

O chefe da facção já havia sido detido em 2018, quando era considerado um dos criminosos mais procurados do Amazonas, mas foi solto por uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado.

Luciane, mulher do chefe do Comando Vermelho no Amazonas, se apresenta como presidente da Associação Liberdade do Amazonas e teria ido levar demandas sobre as condições nos presídios.

Luciane foi condenada em outubro, junto com o marido, por associação ao tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A condenação veio depois dos encontros com representantes do governo Lula.

O processo está em fase de recursos, motivo pelo qual ela ainda não está cumprindo a pena de 10 anos em regime inicial fechado.

 

Luciene e Janira

 

A ex-deputada conhecia Luciane desde antes de levá-la ao Ministério da Justiça. Ela afirma que o encontro não tem nada de ilícito e afirma que familiares de presos, como é o caso de Luciane, "são criminalizados simplesmente por serem familiares de presos".

De fato, o encontro não tem nada de ilícito ou irregular, mas tem um custo político para a imagem do governo.

Janira diz que a sociedade tem o direito de ser recebida pelo governo para apresentar reinvindicações e que Luciane é esposa de um preso e que luta por melhores condições para pessoas privadas de liberdade.

 

"Essa é a situação da Lu. Quem vai dizer mais na frente se ela realmente é faccionada e culpada é a Justiça. Por enquanto, ela é inocente, porque a Constituição brasileira diz que, antes do trânsito em julgado, ela é inocente. Ponto."

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