10 de novembro de 2023

Fala de subprocurador sobre fragilidade de delação de Cid anima defesa de Bolsonaro

Autor: Cecília Marinho

Entorno do ex-ajudante de ordens avalia que declarações são inadequadas

 

As declarações do subprocurador-geral da República Carlos Frederico dos Santos colocando em dúvida a consistência da delação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, deu novo ânimo ao entorno do ex-presidente.

Em entrevista à CNN na quarta-feira (8), Carlos Frederico dos Santos disse que Cid não apresentou provas do que falou em sua delação à Polícia Federal (PF). “Não foram apresentadas provas. Nós estamos tentando buscar essas provas. A confirmação do que ele falou”, afirmou.

Para o subprocurador, “o que está dito nessa delação não sustenta” a expectativa de que “haverá uma denúncia de um pretenso mentor a respeito do que ocorreu no dia 8 [de janeiro]”.

À CNN, o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, diz que as falas do subprocurador ratificam o discurso da defesa.

“A fala do subprocurador da República, Dr Carlos Frederico, ratifica a perspectiva que a defesa do Presidente Jair Bolsonaro já antevia, de que as declarações prestadas pelo Ten Cel Mauro Cid, a título de colaboração premiada, não apontavam qualquer elemento que pudesse implicar o ex-Presidente nos fatos em apuração, menos ainda conecta-lo a movimentos que projetassem a ruptura institucional no país”, disse Cunha Bueno.

O advogado reiterou que a defesa segue sem acesso aos depoimentos de Cid à Polícia Federal, mesmo os feitos antes de firmado o acordo de colaboração

“Lamentavelmente, e de forma insólita na dinâmica processual, à defesa até hoje não foi autorizado o acesso ao conteúdo de tais declarações, a despeito dos constantes ‘vazamentos’ havidos em veículos de comunicação”, disse o advogado.

Já o entorno do ex-ajudante de ordens avalia que as declarações do subprocurador são inadequadas. Porém, neste momento a posutra é se manter distante do que consideram um embate entre o Ministério Público e a Polícia Federal.

O que disse Mauro Cid até o momento?

Mauro Cid implicou diretamente Jair Bolsonaro em pelo menos três momentos da delação que fechou com a Polícia Federal: no caso das joias sauditas trazidas ilegalmente para o Brasil; no suposto plano de golpe de Estado; e também na fraude em cartões de vacina contra Covid-19.

A Polícia Federal ouviu Cid durante três dias. São 24 horas de depoimentos registrados em vídeo. Na maior parte das declarações, o militar reforça que apenas cumpria ordens, segundo apurou a CNN.

 

Fonte: CNN Brasil

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