7 de novembro de 2023

Incertezas fiscais estão dominando cenário doméstico, diz Campos Neto

Autor: Redação

Da CNN - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira (7) que as incertezas fiscais estão dominando o cenário econômico brasileiro.

A declaração foi feita em São Paulo em um evento para investidores do Bradesco Asset Management.

“O cenário global, juros nos EUA, conflitos geopolíticos, estão intensos, mas, aqui no Brasil, as incertezas fiscais têm dominado o cenário local”, disse.

Campos Neto disse ainda que o processo desinflacionário no Brasil é bastante forte, comparando com os países emergentes.

“Ao mesmo tempo, a gente vê inflação cheia no mundo caindo bastante”, observou.

Na manhã desta terça, o Banco Central divulgou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual é observado que cresceu a incerteza sobre a capacidade do governo em cumprir as metas fiscais estabelecidas.

O documento ainda defende que os objetivos para as contas públicas sejam buscados com firmeza, falando sobre um eventual afrouxamento do alvo para 2024.

“O Comitê vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco”, destacou a ata.

Além disso, a ata ressaltou que, levando em consideração a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas.

Inflação

O presidente do Banco Central disse que a desinflação de alimentos tem sido um grande fator para o Brasil, porém há muitas incertezas nesse sentido.

“Em meio a desafios de várias frentes, muito provavelmente o país terá uma taxa de juros mais alta por mais tempo”, apontou.

Complementando, Campos Neto afirmou que o processo de desinflação tende a ser mais lento no resto do mundo.

“Há uma incerteza adicional sobre desinflação vinda de preços de energia com incertezas sobre o comportamento do petróleo em meio ao conflito no Oriente Médio”, disse.

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