29 de setembro de 2023

Saiba quem é Ridauto Fernandes, general 'kid preto' acusado de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro

Autor: Cecília Marinho

General da reserva presta depoimento na PF após ser alvo da Operação Lesa Pátria. Ele é apontado como ex-integrante das Forças Especiais do Exército.

O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes foi alvo da 18ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira (29). Ele é acusado de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. Ele presta depoimento nesta manhã.

As investigações apontam que o militar fazia parte dos denominados “kids pretos” que integravam cargos de alto escalão no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (veja detalhes abaixo).

O general é ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, ligado ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ele foi nomeado para o cargo em julho de 2021 e exonerado no dia 31 de dezembro, último dia do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Atualmente, Ridauto atua como professor do Instituto Sagres de Política e Gestão Estratégica Aplicadas, conforme informações disponíveis na página da internet da própria instituição. O g1 tenta contato com o militar.

 

'Kids pretos'

A nomenclatura — também chamada de “forças especiais” (FE) — definiria militares da ativa ou da reserva do Exército, especialistas em operações especiais. Os "kids pretos" passam por formação no Comando de Operações Especiais em Goiânia, em Goiás, ou na 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus, no Amazonas.

Como parte do treinamento, os militares aprendem a atuar em missões com alto grau de risco e sigilo, como em operações de guerra irregular — terrorismo, guerrilha, insurreição, movimentos de resistência, insurgência.

Além disso, são preparados para situações que envolvam sabotagem, operações de inteligência, planejamento de fugas e evasões.

 

Investigação

 

TV Globo apurou que a nova fase da Lesa Pátria faz parte de uma frente da investigação que busca identificar supostos integrantes das Forças Especiais do Exército que teriam dado início às invasões às sedes dos Três Poderes.

Imagens apontariam para a ação de primeiros vândalos, usando balaclava e luvas, abrindo passagem para o restante dos bolsonaristas pelo teto do Congresso Nacional.

Ainda de acordo com a apuração da reportagem, as suspeitas indicam que, durante os ataques, ocorreu uma atuação profissional, por pessoas que conheciam previamente o local e possuíam treinamento.

O Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou o bloqueio de ativos e valores do investigado. Para a investigação, o general é considerado executor e possivelmente um dos idealizadores dos atos golpistas.

Fonte: G1

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