28 de agosto de 2023

Médico é acusado de perseguir e ameaçar ex-namoradas e funcionários de condomínio nos Jardins

Autor: Cecília Marinho

O médico Bruno D´Ângelo Cozzolino, de São Paulo, é acusado de perseguir, ameaçar e agredir ex-namoradas e funcionários do condomínio onde mora, do prédio em que trabalha e de locais por onde passa.

O Fantástico levantou uma série de agressões registradas em boletins de ocorrência e em processos na Justiça. Desde sexta-feira (25), a reportagem tenta falar com o médico sobre todos esses casos. Também procurou a advogada dele. Neste domingo, veio a resposta: Bruno não quer se manifestar.

Nas redes sociais, Bruno exibe as viagens que fez pelo mundo e lista as especialidades médicas em que atua: medicina do esporte, nutrologia, reposição hormonal, dermatologia e estética. Ele também mostra seus cuidados e disciplina com a saúde e o bem-estar.

Imagens das câmeras do prédio onde ele mora, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, mostram que o comportamento de Bruno é bem diferente.

No dia 7 de agosto, ele agride o zelador após receber um pedido para que ajuste seus carros às vagas. No dia seguinte, vai à polícia e registra um boletim de ocorrência dizendo que foi agredido pelo zelador.

Confrontado ao repetir versão ao síndico, agride o homem e arrebenta o portão da garagem. No dia 10 de agosto, vai mais uma vez à portaria e investe contra o segurança. O condomínio registrou tudo na delegacia.

O Fantástico levantou pelo menos outras dez agressões do médico investigadas pela polícia e pelo Ministério Público de São Paulo. A mais recente, aconteceu no mesmo dia em que Bruno brigou com o síndico do prédio onde mora. Horas depois de deixar o local de carro, o médico foi atrás de uma ex-namorada, que já tinha sido agredida por ele.

As câmeras da empresa dela mostram o médico chegando com a mesma camiseta que vestia no condomínio.

Depois de bater na jovem, Bruno mandou mensagens de áudio e de texto. Primeiro, arrependido. Depois, com novas ameaças.

O médico já foi preso duas vezes por ameaçar e agredir mulheres. Na primeira vez, em 2012, ele ameaçou uma namorada e ficou um dia preso. No segundo caso, foram 10 dias de detenção por descumprir uma medida protetiva.

Em 2021, uma mulher com quem ele manteve relacionamento por 2 anos foi à polícia pedir ajuda. No questionário para o pedido de medida protetiva contra o médico, a mulher respondeu que, entre as agressões físicas, já passou por enforcamento, soco, chute, empurrão e puxão de cabelo.

Na época, a defesa de Bruno apresentou um relatório psiquiátrico que diz que ele tem transtorno de humor bipolar, de ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo grave. E que não deu continuidade ao tratamento.

 

A prisão foi revogada com o compromisso do médico em ser submetido a uma perícia para verificar a condição psiquiátrica dele.

Mas, segundo o Tribunal de Justiça, o Ministério Publico pediu arquivamento do caso sem sequer cobrar a realização dessa perícia. A reportagem procurou o Ministério Público, mas não obteve resposta.

Em outro caso, em 2019, no condomínio onde os pais dele moram, Bruno ofendeu um funcionário dizendo: "Lugar de macaco é no zoologico".

De acordo com o processo, ele fez acordo com o funcionário e pagou uma indenização de R$ 5 mil. Na época, segundo a polícia, ele estava proibido de entrar no condomínio dos pais.

Em um processo, no Rio de Janeiro, um funcionário de um flat reclama da maneira como foi tratado pelo médico.

"Ele pediu uma toalha. Ali não guardavam toalhas. Foi orientado a se dirigir à piscina. E com palavrões e insultos teria dito: "Vocês são uns recepcionistas de m****. Eu sou médico e vocês suburbanos"

Em São Paulo, no prédio onde ele tinha consultório, ano passado, também há relatos de agressão verbal contra funcionários da portaria. Há três meses ele deixou o local.

Fonte: G1 

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