21 de agosto de 2023

Para investigadores da PF, estratégia de defesa de Bolsonaro 'não cola e não se sustenta'

Autor: Redação

Do G1 - Valdo Cruz - A estratégia de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no caso da venda e recompra das joias, "não cola e não se sustenta". Essa é a avaliação de investigadores da Polícia Federal.

Para eles, se tudo fosse legal, como tenta sustentar a defesa do ex-presidente, ele poderia ter assumido desde o início que estava com a joias, que as vendeu e, depois, teve de recomprá-las para atender a uma determinação de devolução à União do Tribunal de Contas da União (TCU).

O advogado Paulo Cunha Bueno, que representa Bolsonaro no caso, tem dito que as regras permitiam que o ex-presidente vendesse a joias.

  • Primeiro, essas regras foram revogadas pelo próprio Bolsonaro em 2021.
  • Segundo, se realmente a venda fosse legal, por que levá-las ilegalmente para fora do país? Por que vendê-las clandestinamente? Por que recomprá-las às escondidas?
  • E, se tudo fosse legal, por que não admitir desde o início que as joias foram vendidas e Bolsonaro mandou recomprar para devolver à União? São questionamentos feitos pelos investigadores.

 

A PF avalia que tem pela frente muitas provas a serem encontradas com a quebra dos sigilos bancários de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle no Brasil e, principalmente, nos Estados Unidos.

Há ainda o celular do pai de Mauro Cido general Mauro Lourena Cid, que participou das negociações de venda de joias no exterior, auxiliando o filho na empreitada encomendada pelo ex-presidente, de quem é amigo desde os tempos da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

A defesa de Mauro Cid, do seu lado, tem sustentado que o ex-ajudante de ordens seguiu determinações de Bolsonaro para vender o relógio Rolex nos Estados Unidos e, depois, recomprá-lo para devolver à União.

O advogado Cezar Bitencourt diz que Cid cumpria ordens de Bolsonaro e fez o que o ex-presidente pediu, que "resolvesse a situação do relógio". Só tem um detalhe: neste ano, Mauro Cid não era mais obrigado a cumprir ordens de Bolsonaro, porque já não mais trabalhava com ele.

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