SELETIVIDADE DA EXTREMA DIREITA DE NATAL: show de R$ 90 mil de Chico César pelo Governo do RN vira alvo, enquanto R$ 800 mil de Durval Lelys pela Prefeitura do Natal é defendido

Autor: Daniel Menezes

A reação da extrema direita de Natal ao pagamento de R$ 90 mil pelo Governo do RN para o show de Chico César, durante a reabertura do Forte dos Reis Magos, expôs uma crítica de conveniência. O valor foi tratado como exagero mesmo em pleno período natalino — tradicionalmente mais caro — e apesar de se tratar de um compositor de referência nacional, com trajetória reconhecida no Brasil e no exterior. O debate ignorou critérios técnicos, simbólicos e culturais do evento, assumindo contornos claramente políticos.

O contraste se torna evidente quando a mesma corrente passa a defender os cachês do Natal em Natal, organizado pela Prefeitura: R$ 800 mil para Durval Lelys e R$ 700 mil para Sorriso Maroto. Nesses casos, o custo elevado deixa de ser questionado. A comparação escancara que o critério não é o valor do show, nem o momento do ano, nem a relevância artística — mas quem contrata. Quando o governo estadual está envolvido, o gasto vira polêmica; quando a prefeitura aliada contrata, o silêncio prevalece. A cultura, assim, é usada menos como política pública e mais como ferramenta de disputa política.

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