26 de dezembro de 2025
Justiça eleitoral condena prefeito de Diadema à prisão por associar assessor de Lula ao PCC
Autor: Daniel Menezes
G1 - A Justiça Eleitoral condenou o prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), a quase sete meses de prisão por difamação e injúria eleitoral. O fato ocorreu durante o debate entre os principais candidatos a prefeito da cidade, realizado pelo g1 em agosto de 2024.
O prefeito pode recorrer em liberdade e afirmou, em nota, que apresentará recurso à Justiça dentro do prazo legal.
Entenda o caso
Na ocasião, Taka fez uma pergunta ao então prefeito Filippi (PT), que concorria à reeleição.
"O Brasil vem sofrendo há muito tempo com o crime organizado, inclusive o tal de Marcola, lá de Brasília, de forma irregular, mandou dinheiro aqui pra Diadema, conforme denunciado pela mídia, e o pior é que esse dinheiro não chegou para a população. A pergunta é simples, candidato, cadê o dinheiro? Tá vindo de táxi?"
Taka fez referência a Marco Aurélio Santana Ribeiro, então chefe do gabinete pessoal de Lula na Presidência da República. Marco Aurélio também é conhecido pelo apelido de Marcola — assim como o criminoso Marcos Willians Herbas Camacho, apontado como líder do PCC.
Na decisão, a juíza Clarissa Rodrigues Alves escreve que "é de conhecimento notório que 'Marcola', e não a vítima, é um dos líderes da facção criminosa denominada PCC. O réu sabia que o apelido da vítima Marco Aurélio era 'Marcola', e ao relacionar o seu nome com o crime organizado por suposta utilização de verbas irregulares, assumiu o risco de provocar o resultado no caso em questão, qual seja, a ofensa à honra objetiva e subjetiva da vítima".
Segundo a juíza, Taka juntou fatos de reportagens distintas e "criou a sua própria história inserindo palavras ofensivas à reputação e dignidade da vítima".
A magistrada afirma que "não é necessário ser um exímio intérprete para constatar que a frase no contexto eleitoral visou abalar a reputação do outro candidato, por meio de ofensas dirigidas à vítima, comparando-o ao 'Marcola' do PCC, envolvendo-o em supostas irregularidades no repasse de verbas federais ao município de Diadema".
A pena fixada na decisão é de seis meses e 25 dias de detenção. Se condenado, o prefeito de Diadema poderá cumprir a pena em regime aberto. Cabe recurso, e Taka pode recorrer em liberdade.
Em nota, Taka Yamauchi afirmou que tomou ciência da sentença e que apresentará recurso no prazo legal.
"O prefeito reafirma seu respeito às instituições e à Justiça, confiante de que os esclarecimentos serão devidamente apreciados pelas instâncias superiores, no exercício pleno do direito ao contraditório e à ampla defesa."
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