25 de dezembro de 2025
Quando o privado vira arma: um alerta sobre como alguns veículos e jornalistas de Natal degradam o debate público
Autor: Daniel Menezes
Separar o que é público do que é privado é um princípio elementar de qualquer sociedade que se pretenda minimamente racional e, para mim, a base do jornalismo. As pessoas, em sua individualidade, escolhem como querem viver suas vidas. Não há escolha superior ou inferior, apenas exercícios distintos de autonomia. Quando esse limite é respeitado, o debate se mantém no terreno das ideias, das políticas públicas e das disputas legítimas de poder.
O problema é que parte dos veículos de Natal tem optado por cruzar deliberadamente essa fronteira. O ingresso na seara pessoal não é acidental: serve para exaltar supostas virtudes de aliados e estigmatizar adversários. Sim, existe público para isso sobretudo quando se está acostumando os outros com tão pouco. Mas esse expediente empobrece o debate e transforma o jornalismo em instrumento de militância rasteira, baseado em falsa moralidade e ataques chulos.
O resultado é um fato incontornável: o Rio Grande do Norte perde. Perde porque os temas que realmente importam são empurrados para segundo plano, enquanto agentes da comunicação buscam se legitimar fabricando polêmicas vazias. É evidente que se pode ser duro, fazer oposição, criticar ideologias e governos. Isso é do jogo democrático e é legítimo. O que não é legítimo é substituir análise por baixaria. Quando isso acontece, não há mais opinião qualificada e muito menos jornalismo.
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