19 de dezembro de 2025
Subtenente Eliabe: peça desculpas, honre a patente que carrega e o conhecimento que recebeu na academia; não jogue sua farda no lixo
Autor: Daniel Menezes
A denúncia apresentada pelo vereador subtenente Eliabe contra a vereadora Brisa Bracchi configura um grave erro político, institucional e jurídico. Ao se amparar exclusivamente em um boletim de ocorrência — instrumento que ele próprio sabe, pela formação policial que tem, não comprovar crime nem conduta ilícita — o parlamentar abriu mão da prudência e do rigor que o cargo e a patente exigem. Mais grave ainda: fez isso sem sequer se certificar dos fatos básicos, como a presença da vereadora no local da sabidamente falsa agressão ocorrida que lhe foi imputada, algo que já está amplamente esclarecido e comprovado. Brisa não estava em Sibaúma, local aonde o entrevero aconteceu; estava em Natal.
O episódio revela como o estrionismo das redes sociais e a lógica da militância bolsonarista, marcada por acusações levianas e fabricação de narrativas, têm contaminado parte da atuação parlamentar e os trabalhos da câmara do Natal. Em vez de agir com equilíbrio institucional, Eliabe optou por um atalho perigoso: transformar uma denúncia frágil em instrumento de ataque político, mesmo sabendo que os elementos não se sustentavam. Isso não é apenas má política; é uma banalização dos procedimentos legais e policiais que ele, mais do que muitos, deveria respeitar.
Diante dos fatos, o mínimo esperado é um pedido público de desculpas. Não apenas à vereadora Brisa, injustamente acusada, mas também à sociedade e às instituições que o vereador representa. Honrar a patente que carrega no nome significa agir com responsabilidade, cautela e compromisso com a verdade — não se deixar levar por disputas rasteiras e fake news para agradar uma bolha ideológica. Persistir nesse caminho é, sim, jogar no lixo uma trajetória que deveria ser marcada pelo respeito à legalidade e ao equilíbrio institucional.
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