19 de dezembro de 2025
Rubio diz que relacionamento entre EUA e Brasil está em 'trajetória positiva' e não descarta encontro entre Trump e Maduro
Autor: Daniel Menezes
G1 - O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou nesta sexta-feira (19) que as relações entre os Estados Unidos e o Brasil estão em uma "trajetória positiva" e que os EUA valorizam a boa relação entre os presidentes Donald Trump e Lula.
"Acho que avançamos em algumas coisas com o presidente Lula, incluindo comércio, mas ainda há trabalho a ser feito. Os dois presidentes se deram bem, e achamos isso importante. Falei com o chanceler [brasileiro] no início desta semana e temos muitos temas em comum com o Brasil nos quais gostaríamos de trabalhar juntos. (...) Tivemos algumas divergências em algumas coisas ao longo dos anos também, mas sinto que esse relacionamento está numa trajetória positiva", afirmou Rubio em resposta à pergunta da repórter da TV Globo Raquel Krähenbühl.
Em coletiva de imprensa em Washington D.C., Rubio disse também que os EUA buscarão progredir ainda mais as relações bilaterais com o Brasil. A proposta segue a nova política de segurança nacional, que busca aumentar a influência sobre a América Latina, o que inclui melhorar a relação com governos fortes, como o Brasil, quando possível.
A fala de Rubio consolida uma mudança na relação entre o Brasil e os EUA, que em poucos meses foi de inexistente e com tarifas e sanções para amigável e com reconsiderações:
- Tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros aplicadas pelos EUA entraram em vigor em agosto, e o governo Trump pressionou o Judiciário brasileiro contra o julgamento de Jair Bolsonaro no STF.
- Após um breve encontro nos corredores da Assembleia Geral da ONU e uma cúpula oficial na Malásia, no entanto, a situação começou a mudar. Os EUA retiraram as tarifas para mais de 200 produtos brasileiros e revogaram a Lei Magnitsky que havia sido aplicada ao ministro do STF Alexandre de Moraes, por exemplo.
Perguntado se os EUA aceitarão a oferta de Lula para mediar a escalada de tensões e militar com a Venezuela, Rubio disse apenas que o governo Trump sabe da boa vontade do presidente brasileiro para ajudar. O secretário de Estado americano também não descartou um encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Além das declarações de Rubio, democratas do Congresso americano pediram, em carta publicada nesta sexta-feira, que o presidente Donald Trump desista do tarifaço imposto ao Brasil e adote ações que aprofundem as relações com o país.
Mesmo com a pressão de Trump, Bolsonaro foi condenado pelo STF, em setembro, a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado. Ele está preso na sede da PF em Brasília desde o final de novembro. Em dezembro, o Congresso brasileiro aprovou o PL da Dosimetria, que prevê reduzir drasticamente as penas recebidas pelos golpistas condenados.
Derrubada parcial do tarifaço e Magnitsky revogada
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O governo Lula conseguiu, no final de novembro, a derrubada do tarifaço dos Estados Unidos para alguns produtos brasileiros.
"A derrubada da taxa de 40% imposta pelo governo norte-americano a vários produtos agrícolas brasileiros é uma vitória do diálogo, da diplomacia e do bom senso", afirmou o presidente Lula.
A Casa Branca anunciou a retirada da tarifa de 40% para mais de 200 produtos brasileiros, entre eles carne bovina, café, açaí, cacau e diversos outros produtos. Eles foram incluídos em uma "lista de exceções" do tarifaço aplicado ao Brasil em agosto.
A decisão é válida para produtos que entraram nos Estados Unidos a partir de 13 de novembro, mesma data da reunião entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que tratou sobre as tarifas.
Outra vitória para Lula foi a retirada das sanções da Lei Magnitsky ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
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