16 de dezembro de 2025
PF encontra celulares jogados pela janela em ação contra Antônio Doido
Autor: Daniel Menezes
A Polícia Federal encontrou celulares jogados pela janela durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão no apartamento funcional do deputado federal Antônio Leocádio dos Santos (MDB-PA), conhecido como Antônio Doido. A ação ocorreu nesta terça-feira (16), no âmbito da Operação Igapó, que investiga um suposto esquema de desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, os aparelhos foram localizados na área externa do prédio, após terem sido arremessados do interior do imóvel no momento da chegada dos agentes.
As buscas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal, por decisão do ministro Flávio Dino, relator do caso. No despacho, o ministro afirma que há indícios robustos da prática de crimes e que a apreensão de dispositivos eletrônicos é indispensável para o avanço das investigações, diante da complexidade do esquema apurado e do risco de destruição ou ocultação de provas.
A decisão autoriza expressamente a apreensão de telefones celulares, computadores, mídias digitais e quaisquer dispositivos de armazenamento, além da quebra de sigilo de dados telefônicos e telemáticos, inclusive com acesso a informações armazenadas em nuvem. Segundo o ministro, a medida é necessária para permitir a reconstrução de comunicações, fluxos financeiros e eventuais ordens repassadas entre os investigados.
Na decisão, Flávio Dino destaca ainda que a investigação aponta para a continuidade das práticas sob apuração e para a existência de um aparato organizado, com elevado poder econômico e capacidade de dificultar a coleta de provas. Por essa razão, o ministro entendeu que medidas menos invasivas seriam insuficientes neste estágio da apuração.
Além dos celulares encontrados fora do apartamento, os agentes também apreenderam dinheiro em espécie no interior do imóvel funcional do parlamentar. Todo o material recolhido será submetido à análise técnica e poderá embasar novas diligências no inquérito.
Operação Igapó
A Operação Igapó apura a atuação de uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos, especialmente verbas de emendas parlamentares e recursos estaduais, por meio de fraudes em processos licitatórios. Segundo os investigadores, os valores desviados eram utilizados para o pagamento de vantagens indevidas e para a ocultação de patrimônio.
A decisão do STF também registra que pessoas ligadas ao parlamentar já haviam sido alvo de prisões em flagrante anteriores envolvendo saques milionários em dinheiro vivo, fatos que reforçaram, segundo o relator, a necessidade das medidas cautelares agora adotadas.
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