Projeto em manguezal do RN abre frente para crédito de carbono e soluções baseadas na natureza

Autor: Daniel Menezes

Um levantamento técnico feito por estudiosos e pesquisadores na região de Galinhos e Guamaré posiciona o Rio Grande do Norte na vanguarda das iniciativas de carbono azul no Brasil. O relatório aponta que a área de manguezal estudada reúne condições ambientais, científicas e regulatórias que a tornam uma das mais promissoras do país para geração de créditos de carbono e implementação de Soluções Baseadas na Natureza (NbS). A elevada capacidade de sequestro de carbono nos solos de mangue — superior à de florestas tropicais — aliada à integridade ecológica e à segurança jurídica do território, coloca o estado em rota direta para atrair investimentos verdes e integrar cadeias globais de descarbonização. 

Os dados levantados mostram que a região apresenta uma expansão de 53% de áreas de manguezal entre 1985 e 2023, sinalizando resiliência ambiental rara num cenário nacional marcado por perda de áreas costeiras. Amostras de solo coletadas em campo e analisadas em laboratório confirmaram estoques expressivos de carbono no mangue e nos apicuns, reforçando o potencial técnico para certificação e comercialização de créditos. O estudo também destaca que a área está livre de embargos, sobreposições com terras indígenas, unidades de conservação e territórios quilombolas — um diferencial importante para investidores que buscam segurança jurídica e previsibilidade regulatória. 

A análise inclui ainda projeções preliminares de receita potencial com créditos de carbono e recomendações estratégicas para integração com políticas públicas emergentes, como o futuro mercado regulado brasileiro. Para além dos benefícios climáticos, iniciativas deste tipo estimulam a economia local, fortalecem a proteção da biodiversidade e criam oportunidades de inovação no setor ambiental. Com um ativo natural valioso e um ambiente institucional favorável, o Rio Grande do Norte desponta como protagonista em carbono azul, abrindo caminho para que o estado se consolide como referência nacional na agenda de sustentabilidade e clima.

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