10 de dezembro de 2025
Número de casamentos cai 21% em uma década no RN, diz IBGE
Autor: Daniel Menezes
G1 - Em 10 anos, a quantidade de casamentos no Rio Grande do Norte caiu 21,30%. O dado está nas Estatísticas do Registro Civil 2024, material divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
A pesquisa apontou que em 2024 foram registrados 12.835 casamentos civis no estado, 111 a menos do que em 2023. A queda segue uma tendência iniciada em 2019.
De acordo com o IBGE, o número de casamentos em 2024 só não foi menor do que em 2020, ano da pandemia de Covid-19, quando houve 10.019 casamentos civis no RN.
📝 Os dados consideram os casamentos realizados em Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais.
O levantamento do IBGE aponta redução de casamentos em todas as faixas etárias de 15 a 35 anos na última década.
⬆️ Por outro lado, as estatísticas revelam que os casamentos de pessoas a partir de 35 anos subiram de 30,37% em 2014 para 46,64% em 2024.
Com os resultados, a taxa de nupcialidade legal foi calculada em 4,6 no RN em 2024, quinta menor do país. O indicador aponta que a cada mil pessoas de 15 anos ou mais de idade, 4,6 pessoas se casaram no estado.
No Brasil, para cada mil habitantes nessa faixa etária, 5,6 pessoas, em média, se uniram por meio do casamento civil em 2024.
- 📊 MESMO SEXO: Do total de casamentos registrados no RN no último ano, 1,37% foram entre pessoas do mesmo sexo, sendo 64 entre mulheres e 111 entre homens.
- 📊 SOLTEIRO, DIVORCIADO OU VIÚVO? A maioria dos casamentos continuou ocorrendo entre pessoas solteiras (80,02%), mas houve variação positiva dos recasamentos, em que pelo menos um dos cônjuges era divorciado ou viúvo. Entre 2023 e 2024, os percentuais saíram de 7,74% para 7,99%.
- 📊 ESTRANGEIROS: A pesquisa mostra ainda que entre os casamentos heterossexuais registrados no Rio Grande do Norte, 84 foram entre brasileiros e estrangeiros (70 entre mulheres brasileiras e homens estrangeiros e 14 entre homens brasileiros e mulheres estrangeiras).
- 📊 MÊS CASAMENTEIRO: O mês de dezembro manteve-se com a realização da maioria dos casórios, mas o percentual caiu de 12,75% em 2023 para 11,83% em 2024.
Número de divórcios caiu 19% em 2024
Ainda de acordo com o IBGE, 4.616 casais se divorciaram no Rio Grande do Norte em 2024, 19,23% a menos que o registrado no ano anterior (5.715 divórcios).
📝 Os números consideram divórcios de casamentos heterossexuais concedidos em primeira instância ou por escritura, documento que formaliza o fim do casamento de forma consensual, sem a necessidade de processo judicial.
Embora sejam menos frequentes, o levantamento do IBGE mostra que houve aumento no número de divórcios extrajudiciais entre 2023 e 2024, saindo de 497 para 517.
A pesquisa aponta ainda que, em 2024:
- a maioria dos divórcios judiciais ocorreram em casamentos com 26 anos ou mais (23,79%);
- em segundo lugar, ficaram os casamentos com 10 a 14 anos (16,30%);
- os casamentos com até um ano representaram 4,88% do total de divórcios no RN;
- a maioria dos divórcios por escritura foram de casamentos com 26 anos ou mais (24,76%).
Filhos e comunhão de bens
Quase metade dos divórcios judiciais registrados em 2024 no Rio Grande do Norte foram de casais com filhos menores de idades. O número chega a 1.901, o que representa 46,35% do total de divórcios registrados no estado.
Além disso, em 57,02% dos casos a guarda dos filhos menores de idade foi responsabilizada apenas à mulher e em 35,40% dos casos a ambos os cônjuges.
Os maridos ficaram responsáveis pela guarda em 3,76% dos casos.
Quase a totalidade dos divórcios judiciais foram de casamentos em regime de comunhão parcial de bens (93,65%). Os casamentos em regime de separação de bens representaram 4,18% dos divórcios no RN, e os em comunhão universal bens representaram 2,01%.
No caso dos divórcios por escritura, 91,30% foram de casamentos em regime de comunhão parcial de bens.
Guarda compartilhada supera a guarda só da mãe pela primeira vez
Número de nascimentos recua pelo terceiro ano seguido
No RN, em 2024, nasceram 36.645 pessoas, 6,95% a menos que no ano anterior (39.384).
Esse foi terceiro ano consecutivo de queda na quantidade de nascidos vivos registrada no estado. Em relação a 2014, a diferença é de 10.880 nascimentos.
A maior parte dos partos no estado ocorreu no mês de maio (9,13%), seguido pelo mês de julho (8,89%), em segundo lugar. E 51,44% dos nascidos no RN eram do sexo masculino.
Em relação à idade das mães:
- A maioria das mães, cerca de 25% tinha de 20 a 25 anos na ocasião do parto, sem mudanças estatisticamente relevantes em relação ao longo da última década.
- Já nas faixas etárias entre 35 e 44 anos, os percentuais quase dobraram em 10 anos. O percentual de mães com 30 a 39 anos de idade subiu de 8,87% em 2014 para 15% em 2024.
- O de mães com 40 a 44 anos subiu de 2,29% para 4,18% no mesmo período.
Partos fora do município de residência da mãe
As Estatísticas do Registro Civil revelam que, em 2024, 48,5% dos nascimentos ocorridos em hospitais ou unidades de saúde e registrados no Rio Grande do Norte ocorreram em município diferente de onde a mãe residia.
O estado potiguar ficou em terceiro lugar no ranking nacional nesse quesito, atrás apenas de Pernambuco (58,8%) e Sergipe (60,3%). Em 2023, o percentual ficou em 49,2% no RN.
A taxa nacional neste ano foi de 34% - mas em hospital ou em estabelecimento de saúde sem internação, o que evidencia a existência de deslocamento em busca do atendimento hospitalar na ocasião do parto.
Os dados mostram ainda que essa situação é mais comum para as mães residentes em municípios de pequeno porte populacional, especialmente aqueles com população de até 50 mil habitantes.
Óbitos por acidente ou violência caem
A quantidade de óbitos ocorridos por causas não naturais registrada no Rio Grande Norte caiu 2,63% em 2024, em comparação com o ano anterior. Essa é a quarta diminuição consecutiva observada pelas Estatísticas do Registro Civil no estado.
Em números absolutos, foram 1.405 óbitos por causas externas, como acidentes ou violências, ocorridos ao longo do ano.
A maioria desses óbitos aconteceu em:
- via pública (39,93%);
- hospitais (26,33%);
- domicílio (20,18%).
Os homens foram as principais vítimas dos óbitos por acidente ou violência. No total, 85,5% das mortes por causas externa registradas no levantamento foram de pessoas do sexo masculino (1.216 óbitos).
⬆️ Já o número total de óbitos, considerando causas naturais, não naturais e ignoradas, cresceu 6,27% no mesmo período, chegando a 22.309.
Em relação às faixas etárias:
- a de 85 anos ou mais concentrou a maior parte dos óbitos (22,44%);
- seguido pelas pessoas de 75 a 79 anos de idade (11,15%);
- e de 70 a 74 anos (9,33%).
- O percentual de óbitos de crianças com menos de 1 ano de subiu 4% e ficou em 1,5% em 2024.