9 de dezembro de 2025

Por que só o Estado é cobrado? Dívida da Prefeitura de Natal cresce, obras travam e silêncio seletivo domina o debate

Autor: Daniel Menezes

Em Natal, a saúde financeira estadual virou pauta diária — mas a situação da Prefeitura permanece praticamente blindada de escrutínio. O município já pediu cerca de R$ 1 bilhão em empréstimos, acumula obras inacabadas, atrasos com fornecedores e dívidas com médicos, e ainda assim passa ao largo da pressão pública que se exige do Governo do RN. Enquanto se cobra transparência, equilíbrio e responsabilidade fiscal na esfera estadual, o que é obviamente legítimo, o Executivo natalense segue operando com rara vigilância, apesar de enfrentar problemas igualmente graves, que afetam diretamente o cotidiano da população.

Para completar, a dívida municipal cresceu consideravelmente em 2025, pressionando ainda mais as contas e comprometendo capacidade futura de investimento. A falta de debate sobre as finanças da Prefeitura não é apenas um detalhe: cria a falsa impressão de que só o Estado vive sob suposta turbulência fiscal, quando, na prática, Natal enfrenta um quadro agudo de desequilíbrios e pendências administrativas. O resultado é um silêncio conveniente que dispensa o Executivo local de prestar contas com o mesmo rigor exigido a outros entes — e quem paga essa escolha política é o cidadão natalense.

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