8 de dezembro de 2025

Lula critica tornozeleira a agressores: "até um presidente quis tirar"

Autor: Daniel Menezes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou nesta segunda-feira (8) a tentativa do ex-presidente Jair Bolsonaro de romper a tornozeleira eletrônica, ao criticar a proposta de substituir a prisão de agressores de mulheres pelo uso do equipamento.

 

"Vai colocar tornozeleira, o cara não pode se aproximar de casa, mas quem está dentro de casa sozinha é a mulher. E o safado aparece. E quando aparece, aparece mais nervoso. Olha, se até um presidente da República que tentou dar golpe neste país tentou tirar a tornozeleira dele, imagina esses."

Lula também destacou que muitas mulheres deixam de denunciar agressões por medo da retaliação. "Não é normal o grau de violência contra a mulher, o assédio, a provocação. Não é normal. E muitas vezes as mulheres não fazem denúncia porque têm medo que a vingança seja maior", disse.

Presidente Lula durante a 14ª Conferência Nacional de Assistência Social, em Brasília.

Presidente Lula durante a 14ª Conferência Nacional de Assistência Social, em Brasília.Ricardo Stuckert/PR

 

As declarações foram dadas durante a 14ª Conferência Nacional de Assistência Social, em Brasília. No evento, o presidente anunciou que pretende convocar uma reunião com os chefes dos Poderes para organizar um "mutirão educacional" de combate à violência contra a mulher e facilitar as condições de denúncia.

 

"A verdade é que nós, homens, temos que mudar de comportamento. Isso se aprende no berço, na escola. Temos filhos homens, temos que reeducá-los. Na escola, professores precisam reeducar crianças. Não podemos deixar isso virar algo normal. Temos que despertar o direito à indignação."

 

Tornozeleira queimada

 

Um dia antes de ter sua prisão preventiva decretada, em 22 de novembro, Bolsonaro tentou romper sua tornozeleira eletrônica usando um ferro de solda. "Eu meti um ferro quente aí. Curiosidade", disse o ex-presidente durante perícia.

 

Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e cumpre pena na superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

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