Como Maduro usa narrativa ‘paz e amor’ para tentar demover Trump de atacar Venezuela

Autor: Daniel Menezes

Do r7.com - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, adotou um tom conciliador na sexta-feira (5) ao pedir que os Estados Unidos abandonem planos de “mudança violenta de regime” no país e na América Latina, segundo informações da agência de notícias Reuters.

A declaração ocorre em meio a crescentes tensões com o governo de Donald Trump, que mobilizou forças militares no Caribe e autorizou ações contra caças venezuelanos que ameacem navios norte-americanos.

“O governo dos Estados Unidos deve abandonar seu plano de mudança violenta de regime na Venezuela e em toda a América Latina e o Caribe e respeitar a soberania, o direito à paz, à independência”, disse Maduro durante um encontro com membros da milícia venezuelana.

Ele acrescentou que, apesar das diferenças com Trump, “nenhuma delas poderia levar a um conflito militar de grande impacto ou à violência na América do Sul”. O líder chavista disse ainda que a Venezuela está disposta a dialogar, mas exigiu respeito ao país e ao povo.

 

As declarações de Maduro vieram horas após Trump autorizar o abate de caças venezuelanos que coloquem em risco navios de guerra norte-americanos no Caribe, que participam de uma operação descrita pela Casa Branca como combate ao tráfico de drogas.

Na quinta-feira (4), dois caças venezuelanos F-16 sobrevoaram o destróier USS Jason Dunham, ação classificada pelo Pentágono como “altamente provocativa” e uma tentativa de “demonstração de força”, segundo a Reuters.

 

O destróier não reagiu, mas os EUA responderam enviando 10 jatos F-35 para a base de Porto Rico. A mobilização militar norte-americana no Caribe também inclui sete embarcações e um submarino nuclear de ataque rápido.

A escalada das tensões também envolveu um ataque militar norte-americano na terça-feira (2), que afundou um barco venezuelano supostamente ligado ao tráfico de drogas, matando 11 pessoas.

 

Possíveis ataques

Fontes citadas pela rede norte-americana CNN indicam que o governo Trump avalia novos bombardeios contra alvos ligados a cartéis de drogas na Venezuela.

Maduro negou as acusações de que lideraria o Cartel de Los Soles e classificou a investida norte-americana como “um beco sem saída”. Ele também refutou alegações de envolvimento com o narcotráfico, afirmando que “o que estão dizendo sobre a Venezuela não é verdade”.

Trump, por sua vez, negou que o governo dos EUA busque uma mudança de regime na Venezuela, mas chamou a reeleição de Maduro de “muito estranha” e acusou o país de enviar drogas e criminosos ao território norte-americano.

O governo Trump oferece uma recompensa de US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) pela captura de Maduro, acusado de liderar o suposto cartel. O valor foi dobrado no início de agosto.

 

 

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