15 de agosto de 2025
Motta envia para Conselho de Ética da Câmara pedido de cassação de Eduardo Bolsonaro
Autor: Daniel Menezes
Folha de SP - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou para o Conselho de Ética da Casa legislativa, nesta sexta-feira, 15, pedidos de cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os quatro pedidos foram feitos por partidos governistas. Entre os autores das representações estão deputados do PT e do PSOL.
Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, é acusado de quebrar o decoro parlamentar ao agir naquele país na defesa de punições a autoridades brasileiras para beneficiar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em processo por tentativa de golpe de Estado.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, enviou pedidos de cassação do deputado Eduardo Bolsonaro ao Conselho de Ética Foto: Wilton Junior/Estadão
Em entrevista à BBC News Brasil concedida em Washington (EUA) nesta quarta-feira, 13, Eduardo Bolsonaro afirmou estar disposto a “ir às últimas consequências” para retirar do poder o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eduardo referiu-se ao ministro como “psicopata”, “mafioso” e “bandido”.
O filho “03” do ex-presidente classificou o Brasil como uma “ditadura” e alegou perseguição política a si, ao pai e a apoiadores. Ele acusou Moraes de usar o cargo para influenciar decisões do Congresso Nacional e disse que a mulher do ministro deveria ser alvo de sanções por suposto enriquecimento ilícito.
“Não podemos tolerar a continuidade de condutas que atentam contra a soberania nacional. É dever do Parlamento impedir que um deputado utilize transforme prerrogativas em privilégios para representar interesses contrários ao Brasil, sem sequer comparecer presencialmente à Casa”, disse o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), autor de um dos requerimentos de cassação.
Lindbergh já tinha dito ao Estadão que uma das prioridades do PT no recomeço dos trabalhos da Câmara neste segundo semestre era exercer “pressão máxima” pela cassação de Eduardo.
Em entrevistas recentes, Motta deu sinais de que deverá punir o parlamentar do PL. “Não há previsibilidade para o exercício do mandato à distância no nosso regimento” disse Motta na última quinta-feira, 7.
Já nesta segunda-feira, 11, Motta manifestou discordância com a conduta de um parlamentar que atue em favor de medidas que tragam danos ao Brasil.
“Cada parlamentar tem a sua autonomia e a sua liberdade para agir com aquilo que entende ser importante para representar o seu eleitorado. Eu não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do País, trabalhando muitas vezes para que medidas cheguem ao seu País de origem e que tragam danos à economia do País”, afirmou.
[0] Comentários | Deixe seu comentário.