29 de julho de 2025

Líder do PL, Sóstenes manifesta apoio a Zambelli e ataca o Judiciário

Autor: Daniel Menezes

Do Congresso em Foco - O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara dos Deputados, divulgou nesta terça-feira (29) nota em apoio de Carla Zambelli, presa na Itália. No documento, o parlamentar também acusou o Judiciário e denunciou o avanço de "um estado de exceção camuflado".

A nota da liderança do partido destaca, em primeiro lugar, a informação de que Carla Zambelli não foi presa pelas autoridades italianas, mas se entregou, conforme o advogado dela, Fabio Pagnozzi. Sóstenes afirma, ainda, que o movimento representa um passo para dar início ao pedido de asilo político.

"Esse gesto, firme e consciente, não é ato de fuga. É a consequência direta de um país que tem negado a seus representantes eleitos o direito à liberdade, ao contraditório e à legítima defesa", escreve o deputado.

Para ele, o Brasil passa a testemunhar com perplexidade o "constrangimento diplomático" sobre o eventual pedido de asilo político. "Estamos testemunhando o avanço de um estado de exceção camuflado, onde o Judiciário concentra poderes que não lhe foram atribuídos pela Constituição. Julga, censura, legisla, investiga e pune", afirma o deputado.

Sóstenes Cavalcante.

Sóstenes Cavalcante.Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

 

Conforme a Polícia Federal, a deputada será submetida a processo de extradição para o Brasil. Foragida desde junho, Zambelli foi condenada a dez anos de prisão e perda do mandato parlamentar por invasão hacker nos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Relembre o caso

Entre agosto de 2022 e janeiro de 2023, a dupla invadiu de maneira ilegal seis sistemas do Judiciário, incluindo o CNJ, em 13 ocasiões. Ambos são acusados de cometer violação de segredo profissional, falsificação ideológica e invasão de dispositivo informático com resultado em prejuízo econômico.

A mando de Carla Zambelli, o hacker Walter Delgatti Neto inseriu no sistema do CNJ em 4 de janeiro de 2023 documentos falsos, como um mandado de prisão contra Alexandre de Moraes assinado pelo próprio ministro registrado no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Além disso, na invasão pediam também a quebra do sigilo bancário de Moraes.

Além da pena de prisão, o ministro Alexandre de Moraes propôs que os dois sejam condenados a pagar R$ 2 milhões por danos morais coletivos e fiquem inelegíveis. A perda do mandato de Zambelli deverá ser declarada pela Câmara dos Deputados.

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